quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Maria

Um dia desses enquanto ela ficava sozinha, Maria lembrou de muita coisa, das vezes que chorou de amor ou de quando chorou pela morte. Mas não compreendia a morte na sua totalidade, apenas a achava estranha e imprevisível, pois num instante tomamos sorvete, lemos um livro e sem mais nem menos a morte aparece e nos leva. Não, realmente não entendia a morte, imaginava ser uma mulher alta, e de face bela, porém triste. É, deveria ser triste. Afinal por mais que ela levasse pessoas continuava sozinha, afinal estamos falando da morte. Mas Maria chorou porque todos choravam e ela sabendo das más línguas não queria passar pos insensível ou aparentar descaso.
Maria não queria mais pensar na morte, porque um dia ela também acompanharia a bela mulher e sumiria, estranho, mas não achou que deixaria muitas saudades, nem muitas pessoas. Maria tinha um jeito que assustava, ao menos era isso que lhe falavam.
Não, ela também não sentia falta disso, ás vezes a solidão, mas não sentia falta. Ela apenas queria o mundo, e naquele exato momento o mundo era ele. Sim, porque ela também se apaixonara por alguém e talvez ele a tenha a visto aquele dia no ônibus, na fração de segundos que seus olhares se cruzaram, talvez ele a tenha notado e só isso já era motivo suficiente para Maria sorrir.
Amor, morrer, sorrir, palavras que fizeram Maria pensar demais na vida, porque a vida diante daqueles olhos fosse somente sorrir sorrir e sorrir.


Camila Meneghetti

Um comentário:

Line disse...

A morte sempre me assustou. Me causou arrepios. É tão cruel tirar a vida de alguém, acho que não vou aceitar nunca.
Ao menos, a morte do livro "A menina que roubava livros" me encanta e muito.
Acho que todo mundo já se perguntou quem choraria a sua morte, e será possível saber?

belo texto! ;*