sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Quando a noite chegar cedo e a neve cobrir as ruas, ficarei o dia inteiro na cama pensando em dormir com você.
Quando estiver muito quente, me dará uma moleza de balançar devagarzinho na rede pensando em dormir com você.
Vou te escrever carta e não te mandar.
Vou tentar recompor teu rosto sem conseguir.
Vou ver Júpiter e me lembrar de você.
Vou ver Saturno e me lembrar de você.
Daqui a vinte anos voltarão a se encontrar.
O tempo não existe.
O tempo existe, sim, e devora.
Vou procurar teu cheiro no corpo de outra mulher. Sem encontrar, porque terei esquecido. Alfazema?
Alecrim. Quando eu olhar a noite enorme do Equador, pensarei se tudo isso foi um encontro ou uma despedida.
E que uma palavra ou um gesto, seu ou meu, seria suficiente para modificar nossos roteiros.


C.F.A

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