quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Se ele soubesse que ela vai morrer amanhã, talvez a deixasse entrar. Se ele soubesse que ela vai morrer amanhã, talvez se permitisse, na tentativa de tomar fôlego, amar com a urgência de que tem sede. Se ele soubesse, sua vida passaria como um filme e ele tomaria a pressa que cura. Mas ele não sabe. Não tem a urgência que faz buscar o ar num segundo. Ela vai morrer amanhã. E, antes dela, o amor vai morrer numa curva, quando for só um fio fino de esquecimento. Tudo vai morrer e acabar amanhã. Mas ele não sabe. Permanece imóvel, temendo o que vai acontecer amanhã.


Cristiana Guerra

Nenhum comentário: