A cada bela impressão que causamos, conquistamos um inimigo. Para ser popular é indispensável ser medíocre.
Oscar Wilde
Por que eu sou do tamanho do que vejo. E não do tamanho da minha altura. (Fernando Pessoa)
quinta-feira, 31 de julho de 2008
quarta-feira, 30 de julho de 2008
(...) Por que não lhe disse antes? Apertá-lo demoradamente contra o meu peito e dizer. Não disse porque pensava que tinha pela frente a eternidade. Só me resta agora esperar que acontença outra vez, vislumbro esse encontro - mas vou reconhecê-lo? E vou me reconhecer nos farrapos da memória do meu eu?
Lygia Fagundes Telles - A disciplina do amor.
segunda-feira, 28 de julho de 2008
sábado, 26 de julho de 2008
“Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário. Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas. Se achar que precisa voltar, volte! Se perceber que precisa seguir, siga! Se estiver tudo errado, comece novamente. Se estiver tudo certo, continue.Se sentir saudades, mate-a. Se perder um amor, não se perca! Se o achar, segure-o!”
(Fernando Pessoa)
terça-feira, 22 de julho de 2008
segunda-feira, 21 de julho de 2008
E todo dia, principalmente nas férias, nas tardes com vento, eu lembro do natal, a grama cortada, os dias nublados, as pessoas correndo, tudo isso me lembra. E fico num vazio sem sentido, porque eu recordo do último natal, das sensações doentias e de como procurei você pois eu precisava me encontrar.
Camila Meneghetti
domingo, 20 de julho de 2008
Eu queria ir para um planeta onde não existisse tempo de beijar e tempo de pirar. E eu pudesse ir agora no seu mundo e te beijar até enjoar de você. E eu pudesse, de repente, gritar bem alto, porque me irrita esses milhares de sons tecnológicos que você faz. Para mostrar que meio mundo te procura enquanto eu não posso te procurar porque a cartilha da vovó que casou dizia que a mulher nunca pode procurar o homem se não quiser ser usada por ele.
Tati Bernardi
sexta-feira, 18 de julho de 2008
"Faço o papel sem dificuldade. A água flui, vai para frente. Isto também vai passar. Mas não compreendo. Então um lado meu pensa: é sina, é fado, é destino, é maldição. Outro lado pensa: não, é mera neurose, de alguma forma sutil devo construir elaboradamente essa rejeição. Crio a situação, e ouço um NÃO. Desta vez, eu tinha tanta certeza. E penso: os deuses me traíram, os búzios me atraiçoaram, as cartas me mentiram.
Caio Fernando Abreu
E eu sempre tive aquela preocupação de usar sinais, metáforas, sempre tive essa preocupação para não escrever discaradamente seu nome no texto. Sabia que você entendia o que eu queria dizer, a raiva que por vezes tive, e sempre soube que você deveria rir quando visse. Faz parte, doeu muitas vezes e mentiria se dissesse que não dói mais.
Ás vezes tenho textos enormes que descrevem toda a sensação que é imaginar você, acho que nada mais parece real, um personagem, tanto faz, ou ao menos parece que faz. Não lembro mais do seu sorriso, ou de algumas coisas que eram importantes. Porém gravei seus olhos e nunca vou saber dizer o que vi aquele dia.
A questão é que não posso mais ficar aqui descrevendo sobre sua falta, porque não fere mais só a mim, passou a ferir outra pessoa. E seria aqui que eu colocaria um ponto final na nossa história, que parece não existir um fim. E francamente,não acredito que exista.
Camila Meneghetti
Ás vezes tenho textos enormes que descrevem toda a sensação que é imaginar você, acho que nada mais parece real, um personagem, tanto faz, ou ao menos parece que faz. Não lembro mais do seu sorriso, ou de algumas coisas que eram importantes. Porém gravei seus olhos e nunca vou saber dizer o que vi aquele dia.
A questão é que não posso mais ficar aqui descrevendo sobre sua falta, porque não fere mais só a mim, passou a ferir outra pessoa. E seria aqui que eu colocaria um ponto final na nossa história, que parece não existir um fim. E francamente,não acredito que exista.
Camila Meneghetti
terça-feira, 15 de julho de 2008
Eu vou ficar esperando você numa tarde cinzenta de inverno bem no meio de uma praça, então os meus braços não vão ser suficientes para abraçar você e a minha voz vai querer dizer tanta mas tanta coisa que eu vou ficar calada um tempo enorme só olhando você sem dizer nada só olhando e pensando meu deus mas como você me dói de vez em quando".
Caio Fernando Abreu
segunda-feira, 14 de julho de 2008
Eu me pergunto como pude deixar que as coisas chegassem a esse ponto. Porque não me importo mais. E eu me pergunto porque finjo acreditar nisso. A gente finge que tudo foi perfeito, porque mais vale uma lembrança boa. Como a gente finge tanta coisa, eu me permito isso. Essas frases soltas, essa vontade de escrever sobre nós, mas não posso, porque é tornar muito grandioso algo que nem sei mais se sinto, se minto, crio. Só sei que estou aqui, escrevendo qualquer coisa para dizer que não esqueci de tanta confusão.
Camila Meneghetti
sábado, 12 de julho de 2008
O dia seguinte. Dele
Ele acorda e cantarola a música no banho. Over and over and over. Ela está obcecada pelo Hot Chip e passou a doença a diante.
Ele cantarola e lembra que foi nessa música que ela achou que a cadeira giratória do computador podia contribuir com a dança. Ri. Sente tesão. Acha o mundo ridículo e feliz. Lembra que tava boa a vida procurando. Encontrar dá medo, preguiça e uma sensação estranha de estar se perdendo. Será que eu vou querer namorar essa louca? Será que essa louca vai querer namorar comigo?
Aí ele lembra. Caraca! É mesmo! A menina escreve. Sem pudor. Falaram pra ele. A essa altura do campeonato, já deve ter um texto publicado falando da noite anterior. Será que ela achou bom? Será que ela vai publicar o tamanho da minha alma? Da minha tatuagem? Do meu pé?
Ele corre com o banho. Ainda cantarola, mas agora é com um pouco de medo. Precisa entrar logo naquele site desgraçado. Todo cheio de desenhinhos inacabados e leves. Mas é ali mesmo que ela acaba com todo mundo e sem nenhuma leveza.
Corre com seu carro que ainda tem o cheiro dela e uns fios de cabelo, agora castanhos escuros, pendurados no assento do passageiro. Foi bom. A noite foi boa. Ela não vai falar mal de mim. E também não vai falar nada de mim. Nem bem. Como ele quer que ela seja misteriosa e suma durante todo o dia de hoje. Ele quer sentir o frio na barriga, o nervoso pra saber se ela vai atender ou não. Não seja fácil, minha filha. Não escreve que gostou. Deixa eu sofrer um pouco. Deixa.
Ele chega na agência e não vai direto pro café. Espera ninguém estar passando atrás dele e digita o site dela. Sua frio, melhor pegar o café. Não, vai de uma vez. Vai. Abre. E de repente. Lá está. Um texto. Um texto pra ele. Caramba, ela já escreveu? É o primeiro texto que alguém escreve pra ele, tirando uma tontinha da época da faculdade que botava frases do tipo “eu sei que quando tiver de ser, será” nas cartinhas que ele nem lembra mais onde foram parar. Coitada. Agora é uma escritora de verdade. Ele ri, porque a escritora de verdade se acha um pouco dizendo que é de verdade.
Ele gosta dela. Não tem mais como fugir. É, da medo. Ela deve estar com medo também. Gostar é começar o inferno tudo de novo. Mas ela, quem diria, escreve lá no texto que topa. Topa começar tudo de novo. E faltando dois parágrafos pra terminar o texto, ela manda, na lata mesmo: “quero te ver hoje”. O que será que ele vai responder?
Ele então pega o café. E sai cantando como se o dia estivesse diferente. Over and over and over and over...
Tati Bernardi
quarta-feira, 9 de julho de 2008
A mulher de leão
Brilha na escuridão.
A mulher de leão, mesmo sem fome
Pega, mata e come.
A mulher de leão não tem perdão.
As mulheres de leão
Leoas são.
Poeta, operário, capitão
Cuidado com a mulher de leão!
São ciumentas e antagônicas
Solares e dominicais
Ígneas, áureas e sardônicas
E muito, muito liberais.
Vinícius de Moraes
A mulher de leão, mesmo sem fome
Pega, mata e come.
A mulher de leão não tem perdão.
As mulheres de leão
Leoas são.
Poeta, operário, capitão
Cuidado com a mulher de leão!
São ciumentas e antagônicas
Solares e dominicais
Ígneas, áureas e sardônicas
E muito, muito liberais.
Vinícius de Moraes
terça-feira, 8 de julho de 2008
Não sei mais se quero você e isso não importa muito, porque é algo que vivo sozinha. E foi ao mesmo tempo estranho e merecido, bem aquele papo de que o mundo dá voltas. Girei sozinha. Quis muito te ver dias seguidos, quando fiquei mal, feliz, solitária, tinha tanta coisa para falar. Mas agora...Não sei mais, confusa, egocêntrica e passa, como passou. Só que eu não sei, não sei mais se suas palavras me ferem, se seu olhar me prende, não sei. Porque você deixou de ser real pra ser um personagem, sabe, o encanto acabou. Porque eu cansei, porque não existe, não faz falta. Acho que é isso, não preciso mais.
Camila Meneghetti
domingo, 6 de julho de 2008
Um dia tu vais compreender que não existe nehuma pessoa totalmente má, nehuma pessoa completamente boa. Tu vais ver que todos nós somos apenas humanos. E sofrerás muito quando resolveres dizer só aquilo que pensas e fazer só aquilo que gostas. Aí sim,todos te virarão as costas e te acharão mau por não quereres entrar na ciranda deles, compreendes?
Caio Fernando Abreu
Caio Fernando Abreu
"Você sabe que eu não falaria dessas coisas se não tivesse a certeza de que você sentia o mesmo que eu a respeito dos fios de luz, dos latidos dos cães, é, eu não falaria, uma vez eu disse que a nossa diferença fundamental é que você era capaz apenas de viver as superfícies, enquanto eu era capaz de ir ao mais fundo"
Caio Fernando Abreu
Caio Fernando Abreu
quinta-feira, 3 de julho de 2008
E eu nunca sei porque continuo insistindo nessas manias de querer me comunicar com alguém que não fica presente, que nunca sabe como me sinto ou das situações que tomam conta dos meus pensamentos. Ele não sabe, nada, nem metade do que me faz sorrir todos os dias e mesmo assim, mesmo sabendo o quanto essa situação é inútil, eu escrevo pensando nele. E isso é patético, porque uma semana atrás nada me motivava mais do que um vazio e pronto, basta qualquer indício seu para que isso me quebre.
Sei que nada mais te atinge e de repente isso me faz mal, porque eu escrevo inevitavelmente pra sua ausência, acredite, isso é frustante.
Camila Meneghetti
Sei que nada mais te atinge e de repente isso me faz mal, porque eu escrevo inevitavelmente pra sua ausência, acredite, isso é frustante.
Camila Meneghetti
quarta-feira, 2 de julho de 2008
"Às vezes me espanto e me pergunto como pudemos a tal ponto mergulhar naquilo que estava acontecendo, sem a menor tentativa de resistência. Não porque aquilo fosse terrível, ou porque nos marcasse profundamente ou nos dilacerasse - e talvez tenha sido terrível, sim, é possível, talvez tenha nos marcado profundamente ou nos dilacerado - a verdade é que ainda hesito em dar um nome àquilo que ficou, depois de tudo. Porque alguma coisa ficou."
Caio Fernando Abreu
"Porque no meio dos restos dos gostos de vodca, lágrima e café, entre as pontadas na cabeça, o nojo da boca do estômago e os olhos inchados, principalmente às sextas-feiras, pouco antes de desabarem sobre mim aqueles sábados e domingos nunca mais com Ana, vinha a certeza de que, de repente, bem normal, alguém diria telefone-para-você e do outro lado da linha aquela voz conhecida diria sinto-falta-quero-voltar. Isso nunca aconteceu."
Caio Fernando Abreu
terça-feira, 1 de julho de 2008
Fiz de propósito, fui deixando que qualquer coisa morresse, que qualquer vínculo acabasse, porque ainda machucava muito. E sei lá, eu estava tão bem, mas agora, depois ler certas coisas, lembrar de outras, me bateu uma saudade imensa.
Como das coisas que quebraram, dos animais de estimação que perdi, das medalhas em campeonatos, da sexta série, da possibilidade de acreditar em tudo, de quando eu considerava certas pessoas incríveis e agora, nossa, não existe mais admiração. Também me faz falta os desenhos no sábado de manhã que agora eu não vejo, das minhas histórias de "super mulher", dos filmes, dos choros, dos amores passados. Tudo isso provocou em mim ao mesmo tempo um sustento e um vazio. Não sei mais, não sei como fazer nada, no momento eu só preciso de alguém paciente o suficiente pra me entender.
Não é justo, havia tanto tempo que eu não pensava em você.
Camila Meneghetti
Já não tentamos o suicidio nem cometemos gestos tresloucados. Alguns, sim - nós, não. Contidamente, continuamos. E substituímos expressões fatais como "não resistirei" por outras mais mansas, como "sei que vai passar". Esse o nosso jeito de continuar, o mais eficiente e também o mais cômodo, porque não implica em decisões, apenas em paciência.
Caio Fernando Abreu
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