sábado, 31 de maio de 2008















Mas de tudo isso, me ficaram coisas tão boas... Uma lembrança boa de você, uma vontade de cuidar melhor de mim, de ser melhor para mim e para os outros. De não morrer, de não sufocar, de continuar sentindo encantamento por alguma outra pessoa que o futuro trará, porque sempre traz, e então não repetir nenhum comportamento. Ser novo.

Caio Fernando Abreu

quinta-feira, 29 de maio de 2008


















O problema é que eu gosto dos significafos, símbolos, mistérios, nada nunca é nada para minha alma. Por isso não venha com alguns versinhos decorados, ou cantadas ensaiadas, sempre acho um valor para tudo e as pessoas tendem a crescer muito na minha visão, basta você sorrir, me olhar de canto de olho. Pronto. Estará condenado a minha imaginação fértil. Claro a culpa não é sua, é minha que durante esses dias tenho a achar tudo muito mágico e sinto muito a vida. Uma onda de motivação vem contaminando o ar, venho me tornando muito mais qualquer coisa do que já fui, no fim no fim a gente percebe que tudo dependia do nosso esforço e que todos os amores dependiam do quanto poderíamos nos doar.

Camila Meneghetti

quarta-feira, 28 de maio de 2008















Sonhei que você sonhava comigo. Ou foi o contrário? Seja como for, pouco importa: não me desperte, por favor, não te desperto.

Caio Fernando Abreu

segunda-feira, 26 de maio de 2008


Sejamos diretos para não sermos idiotas: eu te quero. Você me quer? Não sabe? Ah, então vá pra puta que te pariu.

Tati Bernardi

sábado, 24 de maio de 2008

Aquele abraço era o lado bom da vida, mas para valorizá-lo eu precisava viver. E que irônico: pra viver eu precisava perdê-lo...


Tati Bernardi

Hoje de manhã lembrei que costumava acordar e ver o celular só para saber que alguém, ou mais diretamente, você se importava. Hoje em dia nem me dou ao trabalho de desligar o despertador direito. Dai eu senti aquela saudadezinha que vem e vai quando quer, ás vezes ela vem em momentos assim. Não, eu não chorei e nem implorei aos céus que voltássemos, apenas segui para cozinha. Enfim, não posso ficar morrendo pelos cantos toda vez que lembro da gente. Porém, lembrei que todo sábado de manhã eu ia te dar bom dia pelo msn, agora estou vendo biologia, há uma grande diferença entre vir para o computador conversar contigo ao invés de estudar sobre o mieloblasto.

Camila Meneghetti

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Nem sei que horas eram quando eu pensei em você, tinha tanta gente, aquele barulho de vozes e risos, mas enfim, eu deitei no banco e olhei o céu. Se eu escrevesse que ele estava lindo poderia combinar com um ar romântico do texto, mas nossa, puxando para o lado clichê da coisa, o céu estava incrível. Tocaram uma música podre de festa junina e sorri, era engraçado lembrar de nós dois ano passado, você com aquele chapéu ridículo, a blusa toda listrada. Não, nunca mais havia pensado em como fomos felizes juntos e nem de como eu ria do seu lado, apenas a lembrança veio combinando com o local. Não gosto de você e nem crio esperanças que isso um dia volte, porque você para mim não passa de uma recordação boa, que guardo com imenso carinho.Sinto tanto por nosso fim, e pelas poucas palavras que trocamos hoje em dia, que não entendo como o casal da festa do ano passado pode ficar assim, desconhecidos. Ainda deitada no banco sorri mais abertamente, a vida é uma loucura mesmo.

Camila Meneghetti

quarta-feira, 21 de maio de 2008


Eu leio alguns textos que me prendem diariamente, até sugar todas as idéias e após isso mudo, porque tento sempre preencher todo esse vazio com algo. Algumas vezes choro, leio e releio frases que cortam fundo. Não sei se faço isso apenas por teimosia, para tentar acreditar que pode haver volta, ou esquecimento. De noite no sereno, ou de manhã no ônibus, sei bem os caminhos que devo seguir, os passos que evitam você. As pessoas com quem converso sabem disso, mas elas também o fazem, ninguém gosta do grande nada que fica nossa vida depois que alguém deixa ela, preferimos assim, mesmo que doa.

Camila Meneghetti

terça-feira, 20 de maio de 2008

" ( .. ) Eu sei, eu sei, o eterno clichê “isso passa”. Passa sim e, quando passar, algo muito mais triste vai acontecer: eu não vou mais te amar. É triste saber que um dia vou ver você passar e não sentir cada milímetro do meu corpo arder e enjoar. É triste saber que um dia vou ouvir sua voz ou olhar seu rosto e o resto do mundo não vai desaparecer. O fim do amor é ainda mais triste do que o nosso fim. Meu amor está cansado, surrado, ele quer me deixar para renascer depois, lindo e puro, em outro canto, mas eu não quero outro canto, eu quero insistir no nosso canto ! Eu me agarro à beiradinha do meu amor, eu imploro pra que ele fique, ainda que doa mais do que cabe em mim, eu imploro pra que pelo menos esse amor que eu sinto por você não me deixe, pelo menos ele, ainda que insuportável, não desista."

Tati Bernardi
Era um vício e talvez você não entendesse nada olhando para ela. Uma moça bonita, uma moça tão paparicada, uma moça tão menina. Ela tinha homens lhe oferecendo carinho em bandejas de ouro. Mas talvez você entendesse a moça se mergulhasse fundo nas estranhezas do espírito e lembrasse de um dia em que se excitou com algo doloroso: um amor proibido qualquer, uma falta de telefonema qualquer, um fechar de rosto e um olhar sombrio no lugar de semblantes rosados de amor. Quando o amor é falso, a mágoa é tão grande que você o trai amando justamente a falta dele. Ou nem precisa tanto, talvez você entendesse a moça se algo tão preenchedor rasgasse seus orgulhos, suas certezas, suas dignidades.

Tati Bernardi

segunda-feira, 19 de maio de 2008























Sinto-me só em ocasiões assim, não gosto dessas paredes, do modo que as roupas ficam, de quando tenho que arrumar esses objetos que nada me identificam. Não gosto dessa falsa força que brota dentro de mim, sempre ali presente, sempre ali em pé, nunca no chão, nunca desistindo. Porque dá um puta medo essa vida, de errar, de não saber o que fazer no próximo ano e nem sou tão grande assim, mas quero muito, não sei nada sobre cidades. Então ás vezes, ou quando estou sozinha rodeada da mais pura genética, eu me fecho, porque não quero discutir nada, não me interessa os poucos sonhos, as vontades ocultas. Sempre fui um tanto fechada quanto a nós dois, nunca revelei o que me preocupava de verdade, nunca deixei ninguém entender essa minha tristeza e quando tentei me arrependi, porque ele nunca entenderia e talvez você viesse a compreender toda essa minha vontade, mas eu sou muito covarde para arriscar outra vez.
Dói demais, como no dia em que desenhei aquele desenho idiota. Sempre li que há um alguém dentro de nós que não se revela. Confesso que eu não sei muito bem o que falar dessa desconhecida, das manias dela que podem se fundir com as minhas, ou não. Mas ela se sente impotente demais, criança violentada, pássaro sem asa, ela chora sem saber o motivo, ela chora por não suportar o cotidiano. Não, ela não sabe brincar e nem escrever. Mas ao mesmo tempo sonha em ter o mundo, em conhecer lugares, dimensões ocultas e tem medo de se prender as pessoas, e mais medo ainda de perder. Tem essa loucura de amar prevendo o fim, desconfiando de tudo e por isso nunca foi inteiramente verdadeira. Não está doendo se desecar assim, mas ela que diz até que ponto posso chegar nessa procura cega. No momento nos sentimos ocas, mas enquanto ouvimos aquelas trezentas músicas que você me enviou, pioramos, porque eu sempre soube que você mandou tantos ritmos com o intuito de que essas noites solitárias acontecessem. Pode até não ter sido proposital, mas parece um plano arquitetado para que tudo lembre você, porque no fundo a figura de nós dois existiu apenas algumas vezes, quando ela permitiu, a senhora receio, no fundo sempre foi você.

Camila Meneghetti

domingo, 18 de maio de 2008

Ela era uma quase bailarina, a poesia completa, a nota final, o último segundo, o suspiro. Tinha o desejo de ter o mundo, mas ter uma parte DELE bastava, parte, porque ele nunca fora inteiro. Talvez por ser covarde demais, dividido entre histórias, assassino de si próprio, talvez por isso se conhecer seria a morte, talvez ELE já tenha morrido e se dividir é um meio de viver em cada pessoa, de sempre existir, de sempre incomodar. Entendem, não bastava fazê-la sorrir uma vez, como não adiantava só uma vez ele ver aquele olhar de admiração, precisava ser sempre, precisava ser só dele, mesmo que seu coração estivesse em várias. Claro que ela tentava, em vão, mas ao menos tentou uma, duas vezes acabar com as alegrias internas, mas ela não sabia amar despedaçado. Abandonar em algum canto todo aquele sentimento, todo o desejo de dividir o cotidiano e fazer disso uma história real, ela não podia mais viver pelos cantos, guardada para o tempo. Ele se preocupava com isso, a guardava para ter quem conversar de verdade de noite, quando mais ninguém entende sobre o grande mistério de enlouquecer, como os dois vinham fazendo. Era esse grande jogo que a incomodava, as faces desconhecidas que por vezes enxergava nele, no fundo nunca sabia se aquele que a abraçava, a controlava era alguém de verdade, ou se era mais um personagem ensaiado, guardado e usado ás vezes. Ele sabe que um dia vai perdê-la, ela também sabe,mas cuida para não se perder.

Camila Meneghetti

Só que homossexualidade não existe, nunca existiu. Existe sexualidade - voltada para um objeto qualquer de desejo. Que pode ou não ter genitália igual, e isso é detalhe. Mas não determina maior ou menor grau de moral ou integridade.

Caio Fernando Abreu

sábado, 17 de maio de 2008

Ontem enquanto eu caminhava para o carro eu lembrei do ano novo, e dos fogos e de como sou medrosa com tantas coisas, percebi que nunca fui boa para você, acho que nunca fiz você se sentir a pessoa mais incrível do mundo como eu me sentia do teu lado. Mas quero que saiba que era, de todas as pessoas sem dúvida é a que mais tem marcado meus pensamentos. Então sempre se vai percebendo os erros, e sempre chegam as porcarias das perguntas que me invadem: o que aconteceria se eu ou você não tivéssemos ido embora ?
O que iria acontecer é o fato de que eu não entenderia tudo que sei agora, não enxergaria muitas coisas e você nunca iria se sentir alguém importante e amado de verdade. Eu não sei acertar sem apanhar antes, nunca percebo nada, só depois quando o sangue já está limpo e a ferida entreaberta. Eu não sei quase nada, e tenho certeza que vou sair dessa vida do mesmo modo que entrei, curiosa pelo que há de vir.
Mas enquanto isso não acontece, fica mais um pouco perto de mim.

Camila Meneghetti

quinta-feira, 15 de maio de 2008

E consegui ser mais digna de pena hoje, quando eu percebi que não era, que o garoto que eu tentava em vão conquistar não era nada incrível, não tinha nada meu, enfim, um qualquer que um dia, ou se já não é, vai ser importante para alguém. Você tem o poder de me fazer querer enxergar a pessoa do jeito que ela deve ser para mim, não sei se me entendem, mas do jeito que eu sempre quis. Acho que foi o único que tentou me entender e no fim voltou para me ver quietinha no meu canto, você sempre soube, desde o dia que nos conhecemos, desde o dia que conheceu meu outro lado, sempre soube que eu ia quebrar a cara e agora sabe mais do que nunca que isso é um ciclo vicioso para mim. E dói, dói tanto. Machuca porque de todos que encontrei, nós tínhamos aquele ponto onde nos tornavámos diferentes de todos os casais, era algo impossível e ao mesmo tempo evidente de dar certo. Eu sou uma contradição, nós fomos algo novo e no fim, no fim, sempre acabo assim : sentada, com um café, uma lembrança bonitinha, um céu estrelado e a saudade em algum canto do mundo. Seja saudade do bairro ao lado desde o desconhecido amor de uma outra vida. Não nasci para acreditar nas verdades alheias e nem me iludo com as quais invento.


Camila Meneghetti
Nada bem, esse é o meu estado. Pensei o dia inteiro em chegar em casa e escrever algum texto sobre a felicidade, mas definitivamente a gente vive apanhando da vida e agora só penso em falar sobre algo que já vem se tornando monótono, a saudade que sinto de você, a porcaria das notas e blá blá blá, todo esse papinho enjoativo de quem não anda para frente. É verdade, nós gostamos de um bom drama, de ouvir uma música no rádio e ficar mastigando aquele passado, gostamos de uns bons tapas no coração. Acho que uma das melhores formas de sofrer é saber em qual festa, lugar, o indivíduo causador dessas dores vai estar, seria bem mais trágico se ele já estivesse namorando e você visse toda a cena. Poderia se esconder no meio das pessoas, forçar um sorriso e enfim viverá uma história de filmes e livros. Chegamos no "x" da questão, nós não nos conformamos com o modo que dirigimos nossas vidas, que tal um pouco de dor ali, uma pitada de alegria aqui, mistério? Não queremos ser normais. E seguindo o raciocínio, se não somos normais, porque diabos as nossas fantasias amorosas devem ser ?


Camila Meneghetti
Pensei em você. Eram exatamente três da tarde quando pensei em você. Sei porque sacudi a cabeça como se você fosse uma tontura dentro dela e olhei o digital no meio da avenida.

Caio Fernando Abreu

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Não vou perguntar porque você voltou,acho que nem mesmo você sabe...Eu também não queria perguntar,pensei que só no silêncio fosse possível construir uma compreensão,mas não é,sei que não é,você também sabe,pelo menos por enquanto,talvez não se tenha ainda atingido o ponto em que um silêncio basta?É preciso encher o vazio de palavras,ainda que seja tudo incompreensão?Só vou perguntar porque você se foi, se sabia que haveria uma distância, e que na distância a gente perde ou esquece tudo aquilo que construiu junto.E esquece sabendo que está esquecendo...


Caio Fernando Abreu
Hoje experimentei a sensação do descaso, e acho que pela primeira vez entendi o que significa ter muita saudade e aquele famoso aperto no peito, minto, não foi a primeira vez, mas sem dúvida foi a mais dolorida. Me senti tão fraca diante da situação que queria berrar muita coisa, mas não consegui e não tinha direito, só fiquei no meu canto, tentando evitar qualquer que seja a mínima esperança. Consegui, não houve esperança, como não houve sorrisos e nem desejos, fiquei recolhida na minha posição de fera ferida, de vilã em fim de novela, impotente. Eu via cada lágrima tirar a vaidade, vi os dedos vacilantes teclando as vagas palavras, carregadas de intensos sentimentos, vi também a garota desesperada que pela primeira vez quis que o tempo fosse tão rápido que aquela conversa acabasse, porque ela não enxergava nada recíproco, porque todo o sentimento vinha dela, era ela, nada era compartilhado. Era ser sozinha de verdade, ficar com medo de dar meia volta. Qualquer pessoa se torna consolo, qualquer lugar serve para escrever.
No fim se evita a todo custo um reencontro, porque se a expectativa vir apenas de um lado vai doer mais do que a música, texto, saudade, choro, juntos, vai doer mais porque nada vai ser tão real como isso e a realidade machuca muito alguém que vive de sonhos.


Camila Meneghetti
Talvez um voltasse, talvez o outro fosse. Talvez um viajasse, talvez outro fugisse. Talvez trocassem cartas, telefonemas noturnos, dominicais, cristais e contas por sedex (...) talvez ficassem curados, ao mesmo tempo ou não. Talvez algum partisse, outro ficasse. Talvez um perdesse peso, o outro ficasse cego. Talvez não se vissem nunca mais, com olhos daqui pelo menos, talvez enlouquecessem de amor e mudassem um para a cidade do outro, ou viajassem junto para Paris (...) talvez um se matasse, o outro negativasse. Seqüestrados por um OVNI, mortos por bala perdida, quem sabe. Talvez tudo, talvez nada.

Caio Fernando Abreu

Não choro mais. Na verdade, nem sequer entendo porque digo mais, se não estpu certo se alguma vez chorei. Acho que sim, um dia. Quando havia dor. Agora só resta uma coisa seca. Dentro, fora. Chorar por tudo que se perdeu, por tudo que apenas ameaçou e não chegou a ser, pelo que perdi de mim, pelo ontem morto, pelo hoje sujo, pelo amanhã que não existe, pelo muito que amei e não me amaram, pelo que tentei ser correto e não foram comigo. Meu coração sangra com uma dor que não consigo comunicar a ninguém, recuso todos os toques e ignoro todas tentativas de aproximação. Tenho vergonha de gritar que esta dor é só minha, de pedir que me deixem em paz e só com ela, como um cão com seu osso.
Frágil – você tem tanta vontade de chorar, tanta vontade de ir embora. Para que o protejam, para que sintam falta. Tanta vontade de viajar para bem longe, romper todos os laços, sem deixar endereço. Um dia mandará um cartão-postal de algum lugar improvável. Bali, Madagascar, Sumatra. Escreverá: penso em você. Deve ser bonito, mesmo melancólico, alguém que se foi pensar em você num lugar improvável como esse. Você se comove com o que não acontece, você sente frio e medo. Parado atrás da vidraça, olhando a chuva que, aos poucos começa a passar.
Não, meu bem, não adianta bancar o distante: lá vem o amor nos dilacerar de novo...
Penso, com mágoa, que o relacionamento da gente sempre foi um tanto unilateral, sei lá, não quero ser injusto nem nada - apenas me ferem muito esses teus silêncios. Fiquei tão só, aos poucos. Fui afastando essas gentes assim menores, e não ficaram muitas outras. Às vezes, nos fins de semana principalmente, tiro o fone do gancho e escuto, para ver se não foi cortado. Não foi.
A gente se apertou um contra o outro. A gente queria ficar apertado assim porque nos completávamos desse jeito, o corpo de um sendo a metade perdida do corpo do outro. Não se preocupe, não vou tomar nenhuma medida drástica, a não ser continuar, tem coisa mais auto destrutiva do que insistir sem fé nenhuma? Ah, passa devagar a tua mão na minha cabeça, toca meu coração com teus dedos frios, eu tive tanto amor um dia.
Para que não me firam, minto (...) E tomo a providência cuidadosa de eu mesmo me ferir, sem prestar atenção se estou ferindo o outro também. No meu demente exercício para pisar no real, finjo que não fantasio. E fantasio, fantasio. Até o último momento esperei que você me chamasse pelo telefone. Que você fosse ao aeroporto. Casablanca, última cena.
Olha, eu sei que o barco tá furado e sei que você também sabe, mas queria te dizer pra não parar de remar, porque te ver remando me dá vontade de não querer parar de remar também. Algumas vezes eu fiz muito mal para pessoas que me amaram. Não é paranóia não. É verdade. Sou tão talvez neuroticamente individualista que, quando acontece de alguém parecer aos meus olhos uma ameaça a essa individualidade, fico imediatamente cheio de espinhos - e corto relacionamentos com a maior frieza, às vezes firo, sou agressivo e tal. É preciso acabar com esse medo de ser tocado lá no fundo. Ou é preciso que alguém me toque profundamente para acabar com isso.
Chegue bem perto de mim. Me olhe, me toque, me diga qualquer coisa ou não diga nada, mas chegue mais perto. Não seja idiota, não deixe isso se perder, virar poeira, virar nada.

(Caio F Abreu)

terça-feira, 13 de maio de 2008


Enquanto eu tentava ser maior que tudo levantei inúmeras hipóteses, e uma delas é o fato de brincar com todas essas situações, mas após aquele dia que praticamente parei minhas brincadeiras e cai, ali pude ver que nada era um jogo e que não se pode tentar esconder os sorrisos, o nervosismo, os olhares secretos. Foi idiota da minha parte depois de tantos sinais internos eu continuar jogando os dados, como seria agora se eu tentasse enfeitar mais e não confessar que por muito tempo planejei demais as coisas, agora usando do mais puro clichê : estou deixando rolar.

Camila Meneghetti

sábado, 10 de maio de 2008


Pegue minha mão me leve para algum lugar.
E ele dizendo o quanto queria me ver de novo. Mas a vida é complicada. E eu dizendo o quanto queria que ele realmente quisesse me ver de novo. Mas ele é complicado.

Tati Bernardi

terça-feira, 6 de maio de 2008

Sei, como sempre soube desde que tomei noção de minha existência baseada em vôos com horas marcadas para quedas, que vou me estabacar em pedaços mais uma vez. E sei que os juntarei novamente, me jurando preservação. E, assim que estiver inteira, estarei novamente cheia de vontade de sair dando encontrões com o mundo. 


Tati Bernardi
Ainda que doa deixar pessoas morrerem, se agarrar a elas é viver mal assombrado.

Tati Bernardi
Quero que você viva o sentimento que tive ao ouvir aquela música, a saudade que vem e volta só para mostrar quem manda em mim, quis muito acabar com tudo, com os pensamentos errôneos, com as atitudes preciptadas, com os sorrisos tristes, conversas inúteis. Irônico era saber que não fui só eu dentre os ritmos que se perdeu em você, era rir agora de mim, me tornei ela. Por esses motivos, por querer ter e não poder, por ter vontade de falar mil coisas, mas seria repetitivo demais e doloroso. Realmente desejo que você sinta tudo isso, essa falta permanente, procurar um outro alguém em qualquer pessoa, achar que todo mundo é uma possibilidade, um local de consolo. Sendo muito egoísta, sendo muito patética, mas eu cansei de carregar isso sozinha, de entender tanta coisa em um tempo curto, isso me abala tanto que deixei de querer seu bem, de pensar no que anda fazendo, de tentar me comunicar, mas mesmo assim eu sempre me traio, como agora, como essa noite.


Camila Meneghetti

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo. 


Martha Medeiros