quarta-feira, 14 de maio de 2008

Hoje experimentei a sensação do descaso, e acho que pela primeira vez entendi o que significa ter muita saudade e aquele famoso aperto no peito, minto, não foi a primeira vez, mas sem dúvida foi a mais dolorida. Me senti tão fraca diante da situação que queria berrar muita coisa, mas não consegui e não tinha direito, só fiquei no meu canto, tentando evitar qualquer que seja a mínima esperança. Consegui, não houve esperança, como não houve sorrisos e nem desejos, fiquei recolhida na minha posição de fera ferida, de vilã em fim de novela, impotente. Eu via cada lágrima tirar a vaidade, vi os dedos vacilantes teclando as vagas palavras, carregadas de intensos sentimentos, vi também a garota desesperada que pela primeira vez quis que o tempo fosse tão rápido que aquela conversa acabasse, porque ela não enxergava nada recíproco, porque todo o sentimento vinha dela, era ela, nada era compartilhado. Era ser sozinha de verdade, ficar com medo de dar meia volta. Qualquer pessoa se torna consolo, qualquer lugar serve para escrever.
No fim se evita a todo custo um reencontro, porque se a expectativa vir apenas de um lado vai doer mais do que a música, texto, saudade, choro, juntos, vai doer mais porque nada vai ser tão real como isso e a realidade machuca muito alguém que vive de sonhos.


Camila Meneghetti

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