Por que eu sou do tamanho do que vejo. E não do tamanho da minha altura. (Fernando Pessoa)
segunda-feira, 30 de junho de 2008
É complicado isso tudo, o não gostar de ninguém, o vazio da tarde, o pensamento na aula, o não sorriso bobo, tudo isso vem sendo muito chato.Então alguém parece se importar com a minha situação e eu tenho vontade de ir até a pessoa e dizer:nossa, muito obrigada. Ia parecer meio desesperador, mas sei lá. Tenho saudade, muita saudade de quando tudo era recíproco, ou quando existia algum sentimento verdadeiro.
Enfim, é bem o tipo de coisa que se escreve de noite, no frio e com um meio sorriso.
Camila Meneghetti
domingo, 29 de junho de 2008
Eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você, eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que amar era só conseguir ver, e desamar era não mais conseguir ver, entende? Dolorido-colorido.
Caio Fernando Abreu
"É fundamental que você escute todas as palavras, todas, e não fique tentando descobrir sentidos ocultos por trás do que estou dizendo, sim, eu reconheço que muitas vezes falei por metáforas, e que é chatíssimo falar por metáforas, pelo menos para quem ouve, e depois, você sabe, eu sempre tive essa preocupação idiota de dizer apenas coisas que não ferissem"
Caio Fernando Abreu
sexta-feira, 27 de junho de 2008
quinta-feira, 26 de junho de 2008
quarta-feira, 25 de junho de 2008
E tudo que escrevo é para que algo te modifique, te surpreenda, te atinja, mas nada vem tendo muito sucesso. Você não se interessa pelas minhas poesias baratas, sentimentos confusos, nenhum cheiro que venha de ti é recíproco, e tento inúmeras vezes usar de muitos artifícios, chego a não ser e depois tombo, caio no chão e por lá fico. Me condenando por horas, vendo o quanto podemos ser idiotas e eu só queria atenção. Que ao menos entendesse que não faço isso pelos outros, não peço aqui uma mudança de hábito, só queria consolo, na verdade, não gosto dessa solidão disfarçada de felicidade, essa que vem me perseguindo a dias.
E eu que sempre me achei tão diferente, tão cheia de qualquer coisa que se misture com o novo, tudo isso, nada é verdade. E você nem sabe como é estranho essa situação, porque eu não sinto, mas escrevo como se o sentisse, é um falso amor, que por vezes acaba com a minha auto estima, mas não com o que tenho dentro de mim. Não se escreve assim quando se ama, porque desse modo não se sofre, apenas não se sente.
Camila Meneghetti
Mas a verdade é que você, finalmente, depois de algumas esfoladas na alma, no fígado e na mente, conseguiu moldar um ser humano feliz. Quem diria: você é feliz!
E nesse dia que você está pouco se lixando pro seu celular, ele vai tocar muito. E que você está pouco se lixando pra sua conta bancária, alguém te passa um freela bacana pra fazer. E que você está pouco se lixando se alguém te ama, porque você, afinal, está pagando o maior pau pra si mesma, quem diria: vai receber carinho de gente que você nem imaginava.
Um dia as coisas simplesmente ficam bem. E tudo aquilo que está escrito em livros como "O Segredo" não precisam nem de páginas, nem de capa dura, nem de canetas vermelhas para circular e decorar caminhos para a felicidade.
Tati Bernardi
terça-feira, 24 de junho de 2008
Hoje eu ouvi uma música romântica que faz a gente respirar mais profundo sentindo aquela tontura, enfim, a música era velha, mas é um sucesso gostosinho, então sempre toca. Principalmente quando eu quero escrever, viajar, ou simplesmente escutar. É absurdo o tanto de história que se imagina com esse ritmo, logo vejo brigas, entendimentos, fins, choros, é tanto sentimento misturado em simples notas que me faz filosofar muito numa tarde nublada. E como são gostosas essas tardes, mergulhada no mais profundo eu, com a janela fechada, porque esse é meu mundo. Poupando dos destalhes sobre isso, percebi como pode ser chato não gostar de ninguém, sem aquela coisa de "nossa, como penso nele", ou de "da próxima vez falo isso", entendem, é meio chato ir vivendo assim sem dar aquele sorriso bobo, do tipo "é é, to rindo sim por causa dele, é eu sei, idiota".
Mas também não tiro o mérito de não ficar sofrendo pelos cantos, se sentindo ao mesmo tempo a pessoa mais ridícula da rua, essas coisas são chatas, a indiferença é horrível, o fim então, medonho. A gente sofre muito por causa de amores, pequenos, grandes, de duas horas, a gente sofre. E vai fazer o que? É chato não ter por quem se apaixonar, o problema é que ninguém é imune ao sofrimento, então dói muito quando se leva um chute, ou quebra a cara, porque arranha não só o ego, mas o coração, por mais clichê que seja.
Só por isso ninguém sai culpando os outros pelo caminho por estarem sozinhos, magoados, com medo de se envolver.
Não entendo muito, acho que quase nada, mas essas músicas ás vezes falam mais do que queríamos.
Camila Meneghetti
sexta-feira, 20 de junho de 2008
quinta-feira, 19 de junho de 2008
quarta-feira, 18 de junho de 2008
terça-feira, 17 de junho de 2008
Cada idade carrega uma dúvida, sentimentos, olhares. Mas alguém que atravessou uma fase irá entender isso, basta ter vivido um pouco mais do que dias, observar quem seria mais novo que nós e lembrar do que realmente era importante naquela época. Acredite nada tem a ver com faculdade, empresas, dinheiro. Crianças sonham coisas que ao mesmo tempo são simples e complicadas. Já fui astronauta, bailarina, espiã, jogadora de futebol, já fui tanta coisa. E no exato momento deixei de ser qualquer vulto, deixei tanto brilho para trás, não falo aqui de voltar para um sentimento sombrio, me alienar a modinhas. Falo daquele estado que alcançamos de paz, quando nada importa ou preocupa, não há necessidade de provar nada, de ser nada, apenas deixa isso. Sim, sim, pode ser o ócio, mas também pode ser aquela felicidade que a gente tanto espera o dia inteiro, o momento que podemos fazer o que quisermos e eu o faço, nesse exato momento construo e realizo vários dos meus desejos. Escrever pode ser revelador, por mais que tente esconder algumas coisas, acabamos nos traindo, deixando que o texto revele mais do que propusemos no início.
E é assim, viajo mesmo, vôo muito, era para ser um pensamento sobre as diferenças de idade e pulei para um estado de espírito. E dou outro salto para um assunto bastante usado já e qualquer palavra soará clichê demais, normal, mas sei lá, no fundo pode ser isso. Pode ser aquelas verdades que não gostamos de ouvir. Enfim, pensei na importância que as pessoas tem conosco, o quanto um alguém pode ir ali e te levar para um momento feliz ou de como somos importantes para os outros. Ser importante é uma coisa, saber que o é, nossa muda totalmente. Quando você olha um amigo e sabe que ele te ama, há ali uma confiança, sabe que é importante. Não sei se entendem aonde quero chegar, mas a nossa importância para com os outros depende da confiança que depositamos neles. Você só confiaria em alguém que goste, que já te provou o valor, ou que simplesmente te faz bem, existindo isso passaria a ser mais agradável com o ser e ele contigo. As pessoas quando querem ser agradáveis podem ser assustadoramente irresistíveis. Seguindo o raciocínio, quanto mais gentis, amigas forem vocês, mais crescerão na importância para com o outro.
Complicado eu sei, também me perco, mas é isso mesmo, ou viaja no seu mundo particular, ou então estará perdido. Dramático e drástico. Sim, alienados, no fundo somos isso, e por vezes enquanto consultamos nosso mundinho escapamos do que alguns chamam de mundo.
Camila Meneghetti
Nunca diga "te amo" se não te interessa. Nunca fale sobre sentimentos se estes não existem. Nunca toque numa vida se não pretende romper um coração. Nunca olhe nos olhos de alguém se não quiser vê-lo se derramar em lágrimas por causa de ti. A coisa mais cruel que alguém pode fazer é permitir que alguém se apaixone por você quando você não pretende fazer o mesmo.
Mário Quintana
domingo, 15 de junho de 2008
sábado, 14 de junho de 2008
sexta-feira, 13 de junho de 2008
Eles se olharam um pouco assustados pela coincidência e confusos, então ela sorriu.
-Soube que vai embora.- Ele comentou indiferente.
-É, pois é. Vou sim.- Patrícia tentou ser fria, mas ficou desapontada com a falta de sentimento que ele exibia.
Os dois ficaram um pouco em silêncio, sabiam que era a última vez que se encontrariam, o jogo acabara ali. Lucas se aproximou e a abraçou, deixaram que o tempo atravessa-se ileso por aquele local, era um momento deles, era algo que doía profundamente nos dois corpos, era uma despedida.
-Você foi muito importante para mim.- Ele falou baixo no ouvido dela, não a encarando, apenas se afastou pela rua.
Fazia isso pela outra que existia na sua vida, a quem devia respeito, pronunciou tais palavras porque por mais que tentasse, não importa quantas outras aparecessem, seria pela garota que acabara de abandonar que dedicaria qualquer pensamento.
Patrícia deixou que Lucas partisse, deixou também que qualquer sentimento guardado viesse a tona, chorou sozinha, chorou pelo amor abandonado. Não queria ter sido importante, tinha algo muito mais egoísta nisso e doloroso, queria ser a única, importante pra sempre.
Camila Meneghetti
quinta-feira, 12 de junho de 2008
quarta-feira, 11 de junho de 2008
É aquela antiga necessidade de revistar todas as folhas para encontrar qualquer vestígio, mesmo que esses não signifiquem mais nada, apenas lembranças boas, mas que preenchem aquele vazio. Há tantos pensamentos secretos, tantas intenções guardadas. Sempre fico imaginando quantas pessoas naquele mesmo ônibus sofrem os amores nunca realizados, aqueles que a gente fica construindo enquanto não desce no ponto, aqueles que nos fazem acreditar que pode existir mais um, mas algo real.
Camila Meneghetti
terça-feira, 10 de junho de 2008
E a oportunidade estava ali, a alguns passos de mim, então chega uma bendita hora que você percebe. É minha chance, é meu lugar, depende unicamente dos meus esforços. Então eu meio que deixei um pouco de acreditar no destino e passei a acreditar na única pessoa que pode me levar ao topo. Pode ser clichê mesmo, mas que se dane. Sou eu, a garota que vai cuidar do meu caminho.
domingo, 8 de junho de 2008
quinta-feira, 5 de junho de 2008
A lembrança dela me veio por acaso, em meio a tanta leitura de febres, doenças que havia feito minutos atrás, ela simplesmente voltou. Estava escondida, guardada no canto dedicado as coisas tristes da vida que sempre ensinam muito. Não lembro direito quantos anos tinha na época, mas eu era novinha, dos oito pros nove, ou algo muito perto disso. Lembro como se fosse ontem o caminho feito até a casa dela, nunca tinha visto tudo aquilo, tanta falta de verde e no fim de uma rua de barro, lá estava uma casinha.
Dentro uma pequena cozinha e em cima do armário uma bolachinha recheada, perdoem as intenções que tive, mas criança gosta mesmo é de doce. E depois segui para um quarto, estava lá deitada na cama, com os cobertores a cobrindo até o pescoço, o rosto lívido, cansado, olhar apagado, mas ela sorriu. Logo trataram de conversar sobre inúmeras coisas das quais não prestei atenção, sentei do lado daquele corpo frágil e embalada pelo som das vozes eu adormeci entre os cobertores que agora abrigavam dois corpos.
Naquela idade quando bolachinhas importavam eu pouco liguei para a doença que aquela mulher carregava, depois alguns anos mais tarde me encontrei nesta dúvida e perguntei a minha mãe. AIDS.
Posso ainda ouvir sobre as histórias das quais ela viajou o mundo inteiro, conheceu lugares com os quais sonho desde pequena e tive tanto medo de viajar e acabar morrendo como ela. Era AIDS, era vítima de uma doença que na época era preenchida com muito mais preconceito e segredo.
Na segunda vez que a vi queria tanto dar alguma coisa para que lembrasse de mim e acabei por não dar nada, agora aqui há uma espécie de dedicatória à aquela alma que muito preencheu minhas curiosidades, idéias e histórias.
Camila Meneghetti
domingo, 1 de junho de 2008
E você me pergunta
-dói?
e eu digo "não mais'.
Não mais porque sua ausência já virou rotina, ficou comum demais, nada novo, nenhuma discussão nova, sempre batíamos nas mesmas teclas, no mesmo passado. Acho que foi isso que me fez acordar. Não há fututo para se discutir. E não há motivos para ficar aqui no mesmo local, enfurnada nas mesmas esperanças. Mas sempre se insiste um pouco, mesmo lendo, ouvindo e até nós mesmos escrevemos que alguém novo vai aparecer, que será para ele que iremos inventar todas as rimas, desesperos e alegrias da nossa alma. Porém continuamos presos no velho amor, porque ele ainda tem cheiro de conforto, consolo e dá uma preguiça enorme recomeçar tudo outra vez. Construir todos os encantos, quebrar um por um até que se forme um casal. Só que existem milhares de caminhos que nunca imaginamos e veremos que a pessoa nova já apareceu, já nos faz dedicar textos para ela e não mais a qualquer fantasma do passado. É assim porque é assim e não há discussão com a vida, destino, caminho, chame como quiser, mas essas forças misteriosas cuidam da gente. Pois não pode ser normal viver assim, indo e vindo entre o céu e o inferno.
Camila Meneghetti
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