Por que eu sou do tamanho do que vejo. E não do tamanho da minha altura. (Fernando Pessoa)
quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
Lembro com certo ressentimento, não me olhava. Aquela flor não se importava se eu a via molhada pelo orvalho, ou aberta exaltando beleza. Compreende amigo, era indiferença aos meus apelos. Tentei tanto, cultivei aquela terra, pois a que me pertencia vivia a muito esquecida, viver era apenas por ela, para o vermelho vivo. Nunca entendi como pode existir tanta beleza se igualando a desespero. Sim amigo, fiquei desesperado, me machucava com prazer em cada espinho, um modo de participar dela, mesmo que fosse participar de suas defesas, mesmo que significasse me perder. Se bem que nunca soube ao certo se naquele momento eu ainda existia.
Não a arrancaram-na da terra, partiu por vontade própria, com o vento. Não deu importância as lágrimas alheias, não digo as minhas, de outros, outros que eu não queria imaginar a face, as malícias, que a tocaram, que lhe acalentavam em dias de tempestade. Deus, quantos a tiveram? E por que de todos eu fui o único que ela não levou, não quis nem minha dor ou raiva?
Ás vezes passo pelo lugar aonde residia, sinto tanta falta. Orgulho ferido, acarreta em imaginação forte e a esperança de quem sabe no futuro, precisar de alguém e amigo, serei eu.
Camila Meneghetti
Assim: de repente ao dobrar uma esquina dou de cara com você que me prega um susto dementirinha como aqueles que as crianças pregam umas nas outras. Finjo que me assusto, você me abraça e vamos tomar um sorvete, suco de abacaxi com hortelã ou comer salada de fruta em qualquer lugar. Assim: estou pensando em você e o telefone toca e corta o meu pensamento e o do outro lado do fio você me diz: estou pensando tanto em você.
Caio Fernando Abreu
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
Ela o olhava curiosa, tão pequeno, não sabia ele que no futuro iria querer coisas demais e depois de alguns dias trocar elas por outras e assim até o fim da vida. Então ele a olhou e logo desviou, nada interessante apenas uma moça. Tantas moças passarão pela tua vida menino, porque tu tem os olhos de quem precisa conhecer muito e no fim não querer nada, apenas o normal, o comum, a casa no campo, com poeira. Então ela pensa, "ele tem o rosto sofrido desde pequeno", homem dolorido quem sabe, o sorriso dele é o que deve instigar as mulheres, o sorriso não visto, o desejo de provocar alegria naquele homem triste. Ora, ela ri de si mesma, é um menino. Um menino com cor de dor, olhos de espera, voz do nunca, alma desconhecida.
Camila Meneghetti
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
(...) Tenho medo de, dia após dia, cada vez mais não estar no que você vê. e tanto tempo terá passado, depois, que tudo se tornará cotidiano e a minha ausência não terá nenhuma importância. serei apenas memória, alívio, enquanto agora sou uma planta carnívora exigindo a cada dia uma gota de sangue para manter-se viva. você rasga devagar o seu pulso com as unhas para que eu possa beber. mas um dia será demasiado esforço, excessiva dor, e você esquecerá como se esquece um compromisso sem muita importância. uma fruta mordida apodrecendo em silêncio no quarto.
Caio Fernando Abreu
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
-Quando a noite chegar cedo e a neve cobrir as ruas, ficarei o dia inteiro na cama pensando em dormir com você.
-Quando estiver muito quente, me dará uma moleza de balançar devagarinho na rede pensando em dormir com você.
-Vou te escrever carta e não te mandar.
-Vou tentar recompor teu rosto sem conseguir.
-Vou ver Júpiter e me lembrar de você.
-Vou ver Saturno e me lembrar de você.
-Daqui a vinte anos voltarão a se encontrar.
-O tempo não existe.
-O tempo existe, sim, e devora.
-Vou procurar teu cheiro no corpo de outra mulher. Sem encontrar, porque terei esquecido. Alfazema?
-Alecrim. Quando eu olhar a noite enorme do Equador, pensarei se tudo isso foi um encontro ou uma despedida.
-E que uma palavra ou um gesto, seu ou meu, seria suficiente para modificar nossos roteiros.
Caio Fernando Abreu
-Quando estiver muito quente, me dará uma moleza de balançar devagarinho na rede pensando em dormir com você.
-Vou te escrever carta e não te mandar.
-Vou tentar recompor teu rosto sem conseguir.
-Vou ver Júpiter e me lembrar de você.
-Vou ver Saturno e me lembrar de você.
-Daqui a vinte anos voltarão a se encontrar.
-O tempo não existe.
-O tempo existe, sim, e devora.
-Vou procurar teu cheiro no corpo de outra mulher. Sem encontrar, porque terei esquecido. Alfazema?
-Alecrim. Quando eu olhar a noite enorme do Equador, pensarei se tudo isso foi um encontro ou uma despedida.
-E que uma palavra ou um gesto, seu ou meu, seria suficiente para modificar nossos roteiros.
Caio Fernando Abreu
domingo, 23 de novembro de 2008
Das vezes que te vejo e penso o quanto te amo, a que mais me confirmou foi aquele dia no carro, enquanto você conversava animadamente fiquei a te observar, e era tão bom. Vi na minha frente a pessoa que sempre procurei em outros, mas você não me machucava, não cansava, você era tão meu e eu não quis ser ou conhecer outra pessoa. Entende, quero gastar todo o meu amor contigo.
E há quem diga, que para tudo há uma primeira vez, e nesse caso eu concordo.
Camila Meneghetti
E há quem diga, que para tudo há uma primeira vez, e nesse caso eu concordo.
Camila Meneghetti
Conversa com Julieta
Julieta sentou calma entre as folhas amareladas no seu quarto, quantas cartas, quantas linhas, tantas letras e significados, alguns um tanto verdadeiros, outros um tanto caridosos. Ela pega com carinho uma das cartas e lembra o quanto doeu. O fim, Julieta? Não, ela me olha sorrindo com os olhos baixos. Não houve fim, por isso dói. Ficou no ar, a dor, a saudade, o esquecimento e por fim o não gostar mais. E quanto a esta carta? Pergunto retirando uma de cima de sua perna com um papel de bala grampeado. Esta? Ela olha demoradamente e joga num canto, doce demais, se é que me entende, falso demais também. Te enganou? Eu resolvo ir mais a fundo, mas ela apenas balança a cabeça negativamente e diz, não, eu que enganei. Como assim? Disse sentir o que nem sentia, ou sabia que poderia existir, ele em sua busca por amar verdadeiramente, esbarrou em mim pela minha busca de querer todos verdadeiramente.
Ficamos as duas paradas, observando o desenrolar das letras, então ela disse, como a me confessar algo. Gostei muito dele sabe, até achei que poderia ser especial de alguma forma, mas... Ele foi embora, com ar de não volto nunca mais e eu? ha, ela riu, eu fiquei a esperar, mesmo ouvindo o que todos diziam: "fecha a porta menina, o que o vento levou só ele traz." E o vento trouxe? Eu me arrisco a perguntar. Não, ela disse triste, o vento nunca mais soprou por esses lados, quando a cortina balança eu corro para a janela, nada, nem na estrada, no céu, ou na alma.
Te deixou assim? Nada mais justo, ela respondeu me encarando, ou se ama junto ou nada feito, eu não sei amar junto, sou tão egoísta. Mas repara neste quarto, falei preocupada, por ser egoísta acabaste apenas com cartas, não pensas em mudar? Até penso ela respondeu suspirando, só que ainda amo muito todos que partiram e levaram um pedaço de mim. Sente falta de ti mesma? Não, presta atenção, ela disse, sinto falta dos meus pedacinhos, que não significam apenas eu, e sim meus pedacinhos de homens. Não quero apenas um, sou tão egoísta, quero todos os pedacinhos. O que tu queres, respondi sorrindo, é a boemia.
Camila Meneghetti
Julieta sentou calma entre as folhas amareladas no seu quarto, quantas cartas, quantas linhas, tantas letras e significados, alguns um tanto verdadeiros, outros um tanto caridosos. Ela pega com carinho uma das cartas e lembra o quanto doeu. O fim, Julieta? Não, ela me olha sorrindo com os olhos baixos. Não houve fim, por isso dói. Ficou no ar, a dor, a saudade, o esquecimento e por fim o não gostar mais. E quanto a esta carta? Pergunto retirando uma de cima de sua perna com um papel de bala grampeado. Esta? Ela olha demoradamente e joga num canto, doce demais, se é que me entende, falso demais também. Te enganou? Eu resolvo ir mais a fundo, mas ela apenas balança a cabeça negativamente e diz, não, eu que enganei. Como assim? Disse sentir o que nem sentia, ou sabia que poderia existir, ele em sua busca por amar verdadeiramente, esbarrou em mim pela minha busca de querer todos verdadeiramente.
Ficamos as duas paradas, observando o desenrolar das letras, então ela disse, como a me confessar algo. Gostei muito dele sabe, até achei que poderia ser especial de alguma forma, mas... Ele foi embora, com ar de não volto nunca mais e eu? ha, ela riu, eu fiquei a esperar, mesmo ouvindo o que todos diziam: "fecha a porta menina, o que o vento levou só ele traz." E o vento trouxe? Eu me arrisco a perguntar. Não, ela disse triste, o vento nunca mais soprou por esses lados, quando a cortina balança eu corro para a janela, nada, nem na estrada, no céu, ou na alma.
Te deixou assim? Nada mais justo, ela respondeu me encarando, ou se ama junto ou nada feito, eu não sei amar junto, sou tão egoísta. Mas repara neste quarto, falei preocupada, por ser egoísta acabaste apenas com cartas, não pensas em mudar? Até penso ela respondeu suspirando, só que ainda amo muito todos que partiram e levaram um pedaço de mim. Sente falta de ti mesma? Não, presta atenção, ela disse, sinto falta dos meus pedacinhos, que não significam apenas eu, e sim meus pedacinhos de homens. Não quero apenas um, sou tão egoísta, quero todos os pedacinhos. O que tu queres, respondi sorrindo, é a boemia.
Camila Meneghetti
"... Fico só querendo te dizer de como eu te esperava quando a gente marcava qualquer coisa, de como eu olhava o relógio e andava de lá pra cá sem pensar definidamente e nada, mas não, não é isso, eu ainda queria chegar mais perto daquilo que está lá no centro e que um dia destes eu descobri existindo, porque eu nem supunha que existisse, acho que foi o fato de você partir que me fez descobrir tantas coisas..."
Caio Fernando Abreu
sábado, 22 de novembro de 2008
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
terça-feira, 11 de novembro de 2008
Enquanto realizava a difícil tarefa de excluir alguns arquivos antigos, achei uma conversa perdida em meio a trabalhos escolares. Estranho, confesso. Lembro da época e dos planos, do modo como tudo mudou e vai mudar, da importância que as pessoas vão ganhando ou perdendo, das emoções esquecidas ou guardadas. Tanta gente, tanta gente que cruzou na minha vida esses meses e todas com algum sonho único, com algo que as fortaleça.
Tantos planos, tantas tentativas, agora não servem para nada, são apenas histórias, passado, memória velha. Ai ai, quem ouve não acredita em metade.
Camila Meneghetti
Tantos planos, tantas tentativas, agora não servem para nada, são apenas histórias, passado, memória velha. Ai ai, quem ouve não acredita em metade.
Camila Meneghetti
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
domingo, 9 de novembro de 2008
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
De todas as coisas que sobraram aquele dia no quarto, na sala, na rua, nos pensamentos, o mais dolorido foi o não pronunciado, o guardado, o íntimo. De lá nunca saíram, permanecem constantemente revistos, tudo muito escondido, tudo muito arquitetado, tudo em silêncio.
É o mais forte, a necessidade absoluta. Escondendo a dor, continuando dessa forma a história secreta, com seus personagens desconhecidos, com seus sentimentos quietos.
Camila Meneghetti
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
terça-feira, 4 de novembro de 2008
sábado, 1 de novembro de 2008
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
Perdi algo que me era essencial, e que já não me é mais. Não me é necessária, assim como se tivesse perdido um terceiro apoio que até então me impossibilitava de andar mas que fazia de mim um tripé estável. Esse terceiro apoio eu perdi. E voltei a ser uma pessoa que nunca fui. Sei que só com duas pernas é que posso caminhar.
Clarice Lispector
Clarice Lispector
A saudade não tem nada de trivial. Interfere em nossa vida de um modo às vezes sereno, às vezes não. É um sentimento bem-vindo, pois confirma o valor de quem é ou foi importante para nós, e é ao mesmo tempo um sentimento incômodo, porque acusa a ausência, e os ausentes sempre nos doem.
Martha Medeiros
Martha Medeiros
Sempre é cedo para partir, não importa a idade de quem se foi. Ficam as cenas guardadas na lembrança, mas elas se esvanecem, recordações são sempre abstratas. De concreto, palpável, tem-se as fotos e as imagens de gravações caseiras, mas de tanto vê-las, já não vemos. Já a sabemos de cor. Não há o rosto com uma expressão nova, a surpresa de um gesto inusitado.
Martha Medeiros
Martha Medeiros
terça-feira, 28 de outubro de 2008
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
Alice estava com raiva dele pois se sentia culpada e a última coisa que queria ver era alguém que admirava chorando, fraco. Sabia porém que estava errada, que ele era humano.
-Me desculpe.- Ela falou enfim.
-Eu entendo, não era seu jeito de agir, não era você.
Então ela abaixou o olhar, não poderia aguentar a esperança no rosto dele.
-Era eu.
Era o fim.
Camila Meneghetti
-Me desculpe.- Ela falou enfim.
-Eu entendo, não era seu jeito de agir, não era você.
Então ela abaixou o olhar, não poderia aguentar a esperança no rosto dele.
-Era eu.
Era o fim.
Camila Meneghetti
domingo, 19 de outubro de 2008
Nunca vou esquecer das vezes que me senti usada por algumas pessoas, a sensação de nojo que percorre todo o seu corpo e a tristeza que te faz querer chorar, correr, sumir, mas você não sai, não some, fica ali. Doeu tanto e de repente você aparece assim, desse jeitinho, com esses olhos, e me trata como mulher e não objeto, não me sinto usada e sim amada. Então eu pergunto, Deus, como pode? Como pode existir alguém assim que me completa e me é suficiente, hein?
Camila Meneghetti
Camila Meneghetti
sábado, 18 de outubro de 2008
E hoje enquanto eu olhava você me senti tão absurdamente feliz que queria te falar e dizer que nunca estive assim, e só te olhar de longe já me completava e ver seu sorriso, seus olhos e seus olhares que me tiram do sério. É estranho,eu confesso, estar com alguém e querer que dê certo, não há problemas entre a gente porque simplesmente eu aprendi, aprendi a não criar problemas a cuidar muito, a querer muito você, você me pegou na minha melhor fase, na fase de dar muito valor a quem me ama.
Não sei mais, não sei ficar sem te ver, ou rir contigo, ou comer torta de bolacha e logo depois incomodar meu cunhado, nunca pensei que fosse chegar nesse ponto, mas eu não posso mais ficar sem nós dois. Depois de tanto tempo sendo apenas eu, sozinha, egocêntrica demais, agora somos nós, esperei tanto por isso durante esses tempos e tinha medo que ninguém surgisse, que eu continuasse vivendo de passado, de rejeição.
Amor, amores, você, nós, tão imprevisíveis, porém tão felizes.
Camila Meneghetti
Não sei mais, não sei ficar sem te ver, ou rir contigo, ou comer torta de bolacha e logo depois incomodar meu cunhado, nunca pensei que fosse chegar nesse ponto, mas eu não posso mais ficar sem nós dois. Depois de tanto tempo sendo apenas eu, sozinha, egocêntrica demais, agora somos nós, esperei tanto por isso durante esses tempos e tinha medo que ninguém surgisse, que eu continuasse vivendo de passado, de rejeição.
Amor, amores, você, nós, tão imprevisíveis, porém tão felizes.
Camila Meneghetti
Dolorido- Colorido
Não vou perguntar porque você voltou,acho que nem mesmo você sabe...Eu também não queria perguntar,pensei que só no silêncio fosse possível construir uma compreensão,mas não é,sei que não é,você também sabe,pelo menos por enquanto,talvez não se tenha ainda atingido o ponto em que um silêncio basta?É preciso encher o vazio de palavras,ainda que seja tudo incompreensão?Só vou perguntar porque você se foi, se sabia que haveria uma distância, e que na distância a gente perde ou esquece tudo aquilo que construiu junto.E esquece sabendo que está esquecendo...
Caio Fernando Abreu
Caio Fernando Abreu
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
Maria
Um dia desses enquanto ela ficava sozinha, Maria lembrou de muita coisa, das vezes que chorou de amor ou de quando chorou pela morte. Mas não compreendia a morte na sua totalidade, apenas a achava estranha e imprevisível, pois num instante tomamos sorvete, lemos um livro e sem mais nem menos a morte aparece e nos leva. Não, realmente não entendia a morte, imaginava ser uma mulher alta, e de face bela, porém triste. É, deveria ser triste. Afinal por mais que ela levasse pessoas continuava sozinha, afinal estamos falando da morte. Mas Maria chorou porque todos choravam e ela sabendo das más línguas não queria passar pos insensível ou aparentar descaso.
Maria não queria mais pensar na morte, porque um dia ela também acompanharia a bela mulher e sumiria, estranho, mas não achou que deixaria muitas saudades, nem muitas pessoas. Maria tinha um jeito que assustava, ao menos era isso que lhe falavam.
Não, ela também não sentia falta disso, ás vezes a solidão, mas não sentia falta. Ela apenas queria o mundo, e naquele exato momento o mundo era ele. Sim, porque ela também se apaixonara por alguém e talvez ele a tenha a visto aquele dia no ônibus, na fração de segundos que seus olhares se cruzaram, talvez ele a tenha notado e só isso já era motivo suficiente para Maria sorrir.
Amor, morrer, sorrir, palavras que fizeram Maria pensar demais na vida, porque a vida diante daqueles olhos fosse somente sorrir sorrir e sorrir.
Camila Meneghetti
Maria não queria mais pensar na morte, porque um dia ela também acompanharia a bela mulher e sumiria, estranho, mas não achou que deixaria muitas saudades, nem muitas pessoas. Maria tinha um jeito que assustava, ao menos era isso que lhe falavam.
Não, ela também não sentia falta disso, ás vezes a solidão, mas não sentia falta. Ela apenas queria o mundo, e naquele exato momento o mundo era ele. Sim, porque ela também se apaixonara por alguém e talvez ele a tenha a visto aquele dia no ônibus, na fração de segundos que seus olhares se cruzaram, talvez ele a tenha notado e só isso já era motivo suficiente para Maria sorrir.
Amor, morrer, sorrir, palavras que fizeram Maria pensar demais na vida, porque a vida diante daqueles olhos fosse somente sorrir sorrir e sorrir.
Camila Meneghetti
terça-feira, 14 de outubro de 2008
E eu nunca vou esquecer do dia em que você elogiou minha letra, que aparentemente apenas nós dois achamos bonita e fez uma comparação de nós com a trakinas meio a meio, no sentido de que nós nos completamos. Também teve o caso de quando passei mal e você ficou do meu lado, me olhando todo preocupado e eu quis rir, porque eu tinha vontade de te abraçar e beijar, falar que esperei muito por alguém assim, mas apenas ri.
Lembro que quando te conheci não conseguia dormir ou para de rir, e esse efeito parece não passar e não quero que passe, acabe ou simplesmente morra. Quero você comigo porque já não sei mais imaginar nada sem você, até minha letra tem caminhado mais feliz pela sua existência.
Camila Meneghetti
Sinto sua falta a cada momento e nela vou conhecendo você melhor, seu jeito de ser está ampliado, seus defeitos parecem mais nítidos, suas qualidades ganharam mais cores e tudo em você ficou mais visível, mostrando até que seu espaço vazio me revira do avesso e que meu avesso me coloca de frente para você.'
Tati Bernardi
Tati Bernardi
domingo, 12 de outubro de 2008
E é tão bom ler e reler a mesma mensagem, sem precisar procurar qualquer sinal de amor porque os sinais são evidentes.E ele nem sabe como me doeu esses meses anteriores, ele nem sabe, mas mudou tudo para mim, desde os sorrisos, olhares até os sentimentos. Ele modificou tudo em mim e eu, eu só tenho a agradecer.
Camila Meneghetti
Camila Meneghetti
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
Conselheiros
A gente nunca pode julgar o que acontece dentro dos outros. (Caio Fernando Abreu)
Também temos saudade do que não existiu, e dói bastante. (Carlos Drummond De Andrade)
Pouca sinceridade é perigoso. Muita sinceridade é fatal. (Oscar Wilde)
Eu gostaria de viver com você, mas não foi por isso que vim. A intenção é unicamente deixá-lo saber que é amado e deixá-lo pensar a respeito, que amor não é coisa que se retribua de imediato, apenas para ser gentil. Se um dia eu for amada do mesmo modo por você, me avise que eu volto, e a gente recomeça de onde parou, paramos aqui. (Martha Medeiros)
E os fracos, humildemente, vao atrás, como na vida. (Vinicius de Moraes)
Não faz eu ser assim tão absurdamente feliz só porque eu tenho certeza absoluta que nenhum segundo ao seu lado é por acaso. (Tati Bernardi)
Decifra-me, mas não conclua. Eu posso te surpreender. (Clarice Lispector)
Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas,
que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem,
outros que só existem diante das minhas janelas, e outros,
finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.
(Cecília Meireles)
Um poeta sofre três vezes: primeiro quando ele os sente, depois quando ele os escreve e, por último, quando declamam os seus versos. (Mário Quintana)
Um dia, lá para o fim do futuro,
alguém escreverá sobre mim um poema,
e talvez só então eu comece a reinar no meu Reino.
(Fernando Pessoa)
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
E ás vezes quando fico triste em raros momentos nesses dias, eu lembro de como era dolorido os meses atrás, onde me contetava com uma palavra a cada duas semanas ou um sinal negativo quanto aos meu sentimentos. Era uma felicidade falsa, mas mesmo assim eu me contentava.
Então de repente ele aparece, me faz perceber que perdemos muito tempo com fantasmas do passado e me faz querer ser muito melhor para alguém, ser de um jeito que eu nem sabia que poderia ser. Mas ele apareceu e me ofereceu uma oportunidade.
Não, não vou errar como muitos esperam ou acreditam, apenas quero ficar ali, nos braços dele, sentindo todo aquele momento que me transforma na melhor pessoa que posso ser.
Se apaixonar é inevitável, principalmente se apaixonar por você.
Camila Meneghetti
Então de repente ele aparece, me faz perceber que perdemos muito tempo com fantasmas do passado e me faz querer ser muito melhor para alguém, ser de um jeito que eu nem sabia que poderia ser. Mas ele apareceu e me ofereceu uma oportunidade.
Não, não vou errar como muitos esperam ou acreditam, apenas quero ficar ali, nos braços dele, sentindo todo aquele momento que me transforma na melhor pessoa que posso ser.
Se apaixonar é inevitável, principalmente se apaixonar por você.
Camila Meneghetti
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
sábado, 4 de outubro de 2008
quinta-feira, 2 de outubro de 2008
Antes que eu me esqueça do que eu queria dizer era isso eu preciso muito muito de você eu quero muito muito você aqui de vez em quando nem que seja muito de vez em quando você nem precisa trazer maçãs nem perguntar se estou melhor você não precisa trazer nada só você mesmo você nem precisa dizer alguma coisa no telefone basta ligar e eu fico ouvindo o seu silêncio do outro lado da linha ou do outro lado da porta ou do outro lado do muro ou do outro lado.
Caio Fernando Abreu
Caio Fernando Abreu
domingo, 28 de setembro de 2008
As pessoas quando se apaixonam tendem a ser muito piegas, mas é impossível encarar de outra maneira essas situações. Por exemplo ontem enquanto eu fixei meu olhar nos seus olhos verdes, porque olhos verdes devem ser minha sina, eu parei para pensar que era disso que precisava a séculos e você apareceu. E naquele momento estava ali, comigo e não parecia real.
Estou assim por você, me joguei de cabeça nesse lago que parece ser calmo, sem risco de afogamentos, eu me joguei em você.
Então percebi que não aguentaria certas coisas de novo, não se fossem com você, não suportaria o peso de não te ver, das saudades de meses, dos choros, das lições de moral, não conseguiria se fosse contigo.
Piegas, meloso, clichê demais, pois é, nem todo mundo tem essa sorte.
Camila Menegthetti
Estou assim por você, me joguei de cabeça nesse lago que parece ser calmo, sem risco de afogamentos, eu me joguei em você.
Então percebi que não aguentaria certas coisas de novo, não se fossem com você, não suportaria o peso de não te ver, das saudades de meses, dos choros, das lições de moral, não conseguiria se fosse contigo.
Piegas, meloso, clichê demais, pois é, nem todo mundo tem essa sorte.
Camila Menegthetti
sábado, 27 de setembro de 2008
"Eram bonitos juntos, diziam as moças. Um doce de olhar. Sem terem exatamente consciência disso, quando juntos os dois aprumavam ainda mais o porte e, por assim dizer, quase cintilavam, o bonito de dentro de um estimulando o bonito de fora do outro, e vice-versa. Como se houvesse entre aqueles dois, uma estranha e secreta harmonia."
Caio Fernando Abreu
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
Estou apaixonada por você, com direito a todos os risos bobos, horas de conversas e os sentimentos recíprocos. Estou apaixonada por você com todo lado bom que tenho dentro de mim, com todas as minhas palavras doces e risos abertos, abraços demorados e amigos ao redor.
Como diria alguém: "Algo em mim depende de você", e de fato depende mesmo, é estranho e um pouco assustador pelo tempo, mas existe algo entre nós que elimina esses dias e ficamos sem tempo, sem data, sem hora, apenas ficamos juntos e de tudo, sem dúvida é o que mais vale a pena.
Foi rápido, tomou espaço em mim de repente, não tive nem como negar, apareceu assim, rindo e eu, ri, pela primeira vez, ri porque soube que meus textos mudariam de dono.
Camila Meneghetti
terça-feira, 23 de setembro de 2008
domingo, 21 de setembro de 2008
Eu fico pensando em você muito tempo, praticamente o tempo todo e me martiriza essa distância, e só Deus sabe como sinto sua falta, e só eu sei como isso tudo é um pouco confuso. Não sei se você sentiu, mas tem algo diferente em nós dois quando estamos juntos. Não pode ser possível esse sorriso bobo na minha cara, alguma coisa me diz que você também o usa.
Camila Meneghetti
Camila Meneghetti
Eu senti agora, neste momento, algo tão forte que me deixou um pouco estática, mas eu sei exatamente para onde ir. Percebi algo no jeito de se escrever ou compor uma palavra e as diferentes maneiras que elas nos cercam.
Brota em mim um desejo enorme de cantar estes poemas e embalar com cuidado estes textos, são pedaços de vida, minutos de sopros, solitários, eles são uma existência independente, apenas existem, apenas surgem e modificam histórias, sentimentos.
São frágeis símbolos, que podem ou não ser apagados, guardados, escondidos. São símbolos que geram sussurros, amores, magia, que geram o ar que respiro.
Nunca tinha notado esta dependência que tenho das palavras e a necessidade que as busco, talvez porque eu estivesse com a cabeça cheia demais de coisas que não me pertencem ou alegram, e mais uma vez elas conseguiram e eu pela primeira vez entendi. Não posso, não quero e nem tenho meios de fugir disso. Escrever.
Camila Meneghetti
Brota em mim um desejo enorme de cantar estes poemas e embalar com cuidado estes textos, são pedaços de vida, minutos de sopros, solitários, eles são uma existência independente, apenas existem, apenas surgem e modificam histórias, sentimentos.
São frágeis símbolos, que podem ou não ser apagados, guardados, escondidos. São símbolos que geram sussurros, amores, magia, que geram o ar que respiro.
Nunca tinha notado esta dependência que tenho das palavras e a necessidade que as busco, talvez porque eu estivesse com a cabeça cheia demais de coisas que não me pertencem ou alegram, e mais uma vez elas conseguiram e eu pela primeira vez entendi. Não posso, não quero e nem tenho meios de fugir disso. Escrever.
Camila Meneghetti
E ele tinha todo aquele abraço que protege e acalma, fiquei ali um bom tempo, de olhos fechados, aproveitando e ouvindo o ritmo do coração alheio. Fico pensando que fazia tanto tempo que isso não acontecia, que essa sensação de estar com alguém e se sentir bem, fazia tanto tempo.
Ás vezes aquele eterno clichê funciona, "quando menos se espera, aparece", e de uma maneira estranha, eu sempre acabo caindo nesses clichês.
Porém não me importo, bom demais.
Camila Meneghetti
Ás vezes aquele eterno clichê funciona, "quando menos se espera, aparece", e de uma maneira estranha, eu sempre acabo caindo nesses clichês.
Porém não me importo, bom demais.
Camila Meneghetti
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
E ele nem sabe, nem sabe que aquele sorriso dele me tirou da minha rotina de textos para pessoas ausentes, ele nem sabe que cada palavra eu absorvia não acreditando que estava curada. Ele me libertou de você e isso foi tão bom e ele nem sabe que mudou tudo, que fico rindo como boba, que fico cantando as músicas sorrindo, ele nem sabe, mas mudou muita coisa.
Camila Meneghetti
Camila Meneghetti
domingo, 14 de setembro de 2008
Sempre quis usar essa frase, que não me recordo de quem seja: "Te amo, infinitamente quase sem dor." E continuaria desse modo: Quase sem dor porque te amar me provoca tonturas e um medo absurdo de te perder, de amanhecer sem seus doces pensamentos, seus risos por vezes nervosos pelos cantos e seu olhar solitário pela janela. Te amo, infinitamente quase sem dor. Pois te amar ainda me provoca toda a alegria que intope minhas veias e flui rápido, me deixando com a falsa sensação que viverá eternamente. Não quero te perder, não quero imaginar sábados solitários, domingos cinzentos sem companhia de verdade. Não morra eu pediria se pudesse,nunca pare de existir desse modo avassalador, permaneça aqui, do meu lado. Pois diferente do que pensam, amizade é isso mesmo, essa busca insensata por alguém que nos compreenda e possa dizer a verdade sem que machuque, amizade é isso, é existir de verdade.
Camila Meneghetti
sexta-feira, 12 de setembro de 2008
Você tem todo o gosto de sorvete e trakinas, misturado com "filmes" e caminhadas longas. Você tem o cheiro do dia de chuva e as horas adiantadas, os risos tímidos e as músicas que me embalam. Você tem toda a voz que pode hipnotizar alguém como eu, o suspiro final do dia, a calmaria do tempo no natal. Tem a visão de quem vai voar a qualquer momento e alcançar o céu, o desejo de ser bem mais do que pode ou existe.
Tem todo o gingado de quem dança nessa vida a tempo e não perde a pureza de amar, de quem não pisa no pé alheio e sorri com o embalo desse ritmo. Você é meu mistério oculto que aos poucos vai se elevando e vai perdendo toda a realidade da situação, deve ser por esse único motivo que escrevo dessa forma para ti, que de tanto me deixar só com suas palavras apagadas, seu sorriso duvidoso, me deixou assim, entendendo a verdade e reinventando outra história, porque eu não escreveria assim pra alguém que não me vê, não me toca e consola, e sim para alguém que antes de tudo teve que estar aqui do meu lado, para que eu possa te observar com cuidado e apreensão, para que cada sorriso teu seja uma espécie de festa em mim e para que só assim eu possa escrever de tal forma que aparente amor.
Mesmo que seja uma verdade inventada, ou uma mentira teimosa, você ainda tem toda a intensidade de quem me modifica.
Camila Meneghetti
"Eu sei, eu sei, o eterno clichê “isso passa”. Passa sim e, quando passar, algo muito mais triste vai acontecer: eu não vou mais te amar.
É triste saber que um dia vou ver você passar e não sentir cada milímetro do meu corpo arder e enjoar. É triste saber que um dia vou ouvir sua voz ou olhar seu rosto e o resto do mundo não vai desaparecer. O fim do amor é ainda mais triste do que o nosso fim.
Meu amor está cansado, surrado, ele quer me deixar para renascer depois, lindo e puro, em outro canto, mas eu não quero outro canto, eu quero insistir no nosso canto.
Eu me agarro à beiradinha do meu amor, eu imploro pra que ele fique, ainda que doa mais do que cabe em mim, eu imploro pra que pelo menos esse amor que eu sinto por você não me deixe, pelo menos ele, ainda que insuportável, não desista."
Tati Bernardi
É triste amar tanto e tanto amor não ter proveito. Tanto amor querendo fazer alguém feliz. Tanto amor querendo escrever uma história, mas só escrevendo este texto amargurado. É triste saber que falta alguma coisa e saber que não dá pra comprar, substituir, esquecer, implorar. É triste lembrar como eu ria com ele. Mas amor, você sabe, amor não se pede. Amor se declara: sabe de uma coisa? Ele sabe, ele sabe.
Tati Bernardi
"(...)Hoje uma pessoa disse que está apaixonada por mim. Quem diria? Alguém gosta de mim. E o mais louco de tudo nem é isso. O mais louco de tudo é que eu também acho que gosto dele. Quase consigo me animar com essa história, mas me animar ou gostar de alguém me lembra você. E fico triste novamente. Eu achei que quando passasse o tempo, eu achei que quando eu finalmente te visse tão livre, tão forte e tão indiferente, eu achei que quando eu sentisse o fim, eu achei que passaria. Não passa nunca, mas quase passa todos os dias. (...)"
Tati Bernardi
terça-feira, 9 de setembro de 2008
Inconscientemente, parecia querer buscar em autores, filmes e músicas, algum tipo de consolo. como se alguém precisasse chegar bem perto do sofá, onde estava, colocar um das mãos em seu ombro e dizer que aquilo era normal. que acontecia também com outras pessoas. e que iria passar.
Caio Fernando Abreu
domingo, 7 de setembro de 2008
Eu fiquei o dia inteiro pensando sobre como escrever o encontro de hoje, ontem te procurei no show, você não estava e percebi que aquela velha frase faz sentido, de estar numa multidão e só uma pessoa interessar. Foi estranho, muito. Porque eu te parei e agi como se nunca tivesse escrito nada pra ti e tu nunca tivesse falado ou lido nada sobre isso, agimos como bons conhecidos e rimos.
Não sei o que se passou pela sua cabeça, mas na minha tudo acontecia muito rápido, eu fiquei feliz por te ver, ouvir sua voz, te olhar nos olhos, mas queria ter dito tanta coisa, perguntado tanta coisa e não fiz, porque eu vi que pra você de maneira bem direta talvez não importasse mais. Então nos tratamos como bons amigos e cada um foi para um lado, com seus pensamentos a mil, com seus passos apressados e carreguei no rosto um sorriso e você, bom, não sei.
Talvez o sentimento tenha acabado, mas nunca tiro a idéia da cabeça de que se algum dia tentarmos de novo daria certo, porque quando paramos de nos falar senti uma falta absurda dos seus comentários egocêntricos nos meus textos, das suas idéias ilárias e das suas músicas que tanto retrataram nossa história.
Sinto saudade, remorso, tristeza, carinho e sorrio, porque você ainda me faz muito bem, estando do outro lado da rua ou com outra. Sua imagem sempre acalmou meus pensamentos.
Camila Meneghetti
Não sei o que se passou pela sua cabeça, mas na minha tudo acontecia muito rápido, eu fiquei feliz por te ver, ouvir sua voz, te olhar nos olhos, mas queria ter dito tanta coisa, perguntado tanta coisa e não fiz, porque eu vi que pra você de maneira bem direta talvez não importasse mais. Então nos tratamos como bons amigos e cada um foi para um lado, com seus pensamentos a mil, com seus passos apressados e carreguei no rosto um sorriso e você, bom, não sei.
Talvez o sentimento tenha acabado, mas nunca tiro a idéia da cabeça de que se algum dia tentarmos de novo daria certo, porque quando paramos de nos falar senti uma falta absurda dos seus comentários egocêntricos nos meus textos, das suas idéias ilárias e das suas músicas que tanto retrataram nossa história.
Sinto saudade, remorso, tristeza, carinho e sorrio, porque você ainda me faz muito bem, estando do outro lado da rua ou com outra. Sua imagem sempre acalmou meus pensamentos.
Camila Meneghetti
sábado, 6 de setembro de 2008
Me desculpe, sei que foi falta de consideração por tudo que vivemos, mas eu não consegui, quando vi que era você no meio das pessoas e eu não podia voltar, ou cruzar a rua me desesperei. Meus joelhos tremeram, um frio horrível na barriga e temi, surgiu tanto medo, medo de te olhar com os olhos cheios de esperanças e não encontrar o mesmo, como saberia que não encontraria, doeu tanto, tanto que olhei pro chão, fui covarde sim, olhei pro chão, disfarçei todo o mal que estava sentindo.
Sei que talvez você não leia, não entenda, não importe mais, porém gravei todos os seus detalhes, inclusive o olhar sério, me pergunto qual era o problema na sua mente, nunca foi assim, eu nunca parei de sorrir pra você. Pensei que talvez, se te visse de novo poderia dizer oi, poderia sorrir, mas não deu. Estava sentada numa lanchonete e te vi no outro lado da rua, não sei se me viu, ou se fingiu como costumamos fazer. Mas eu poderia ir atrás, ir e dizer tudo que venho sentindo, fiquei, fiquei acompanhando até sumir entre as pessoas. Não me arrependo de nada, porque eu prometi que não ia mais sofrer, sofrer por você. Entendi de forma dolorosa que quando se tem certeza, não se deve ir de encontro ao não, por isso não fui.
Camila Meneghetti
terça-feira, 2 de setembro de 2008
E ontem enquanto eu lia, lançei um olhar demorado sobre o meu marca páginas, ou seu antigo marca páginas e achei irônico de certa forma. Antes era o meu livro e você com seu marca páginas e agora sou eu com um livro estranho e seu marca páginas. Não não, confuso demais, exponho dessa forma, você em algum momento já esteve com o meu livro, pensando em mim e lido New York Times. Claro que entendo e sei que não importa mais da maneira que eu quero, e sim algum carinho por uma lembrança. Normal. Mas eu sorri e fiquei pensando que você tem algumas fotos nossas, enquanto continuo com seu marca páginas.
Acho que se alguém ler isso irá me considerar uma espécie de desesperada, tentando de alguma forma através de palavras reconquistar alguém, sim, de certa forma já fui ou ainda sou, mas não nesse momento, não agora. Mesmo que esteja confusa dos pés a cabeça, mesmo que eu não pare direito para pensar, não tento aqui reconquistar algo. Porque não existe mais nada a ser reconquistado, ou devolvido. É o fim, aquele que eu demorei muito para aceitar. Pesa um pouco, mas amanhã quem sabe pese menos e assim vou indo, porque de certa forma você foi uma página, e eu sou um livro.
Camila Meneghetti
Acho que se alguém ler isso irá me considerar uma espécie de desesperada, tentando de alguma forma através de palavras reconquistar alguém, sim, de certa forma já fui ou ainda sou, mas não nesse momento, não agora. Mesmo que esteja confusa dos pés a cabeça, mesmo que eu não pare direito para pensar, não tento aqui reconquistar algo. Porque não existe mais nada a ser reconquistado, ou devolvido. É o fim, aquele que eu demorei muito para aceitar. Pesa um pouco, mas amanhã quem sabe pese menos e assim vou indo, porque de certa forma você foi uma página, e eu sou um livro.
Camila Meneghetti
sexta-feira, 29 de agosto de 2008
Se você olhar para o céu agora, irá ver o mesmo céu de quando nos conhecemos. Lembro que queríamos uma noite rodeada de brilho, estrelas, mas apareceram algumas e tampadas por aquela neblina. Brinquei que poderia chover e acabar com meu penteado e você disse que nunca deixaria isso acontecer, comentei do meu poder sobre a chuva e então ficamos a esperando. Não choveu.
Nossa amiga em comum comentou comigo no dia seguinte que não parecíamos ter nos conhecido naquela festa, nossa pose insinuava um casal de namorados. Nunca entendi porque nossa relação sempre pareceu ser bem mais do que foi, uma semana parecia um mês, eu tinha a sensação que te conhecia a séculos. Sempre fomos algo desconhecido, sem nome. Em uma das nossa últimas conversas você comentou que éramos um tipo de amor, mas qual? Nunca soubemos.
Eu sabia desde o início que de alguma forma seria eu a estragar tudo isso, a me arrepender, a escrever, a ter saudades absurdas, mas eu sou impulsiva demais e previsível. Você assistiu tudo, viu nosso relacionamento acabar, eu te deixar, viu também eu querer voltar, e leu, leu tudo que escrevi para ti. Á dias me controlo para não vir aqui e dizer qualquer coisa sobre nós, qualquer coisa, eu e essa mania de achar que pode mudar tudo.
Mas não sei, não sei o que me fez falar tudo isso, porque nunca soube formular direito meus sentimentos e agora sei, de uma maneira dolorosa. Eu sinto sua falta e não carrego mais nenhuma forma de esperança com respeito ao casal de novembro, com respeito ao casal da formatura.
No nosso último encontro eu te abraçei muito forte, muito mesmo e recordo que pensei no momento em que te sentia "o melhor abraço do mundo", e você comentou sobre o abraço e eu só sorri. Não sei se irá compreender, mas parecia que meu corpo presentia, mas minha mente não acompanhava, era um abraço de despedida, de quem tenta me mostrar o que é o certo e o lado bom da vida.
Sei que você está assustadoramente feliz com quem está e isso me machuca muito, mas estou conseguindo me afastar dessas lembranças, só que ás vezes, não tem como,eu me deixo levar e fico lembrando de como era bom. Como agora, agora que estou prestes a sair de casa, urgente. estou aqui escrevendo, sobre nós, nós. Essa palavra agora soa solitária pra mim. Eu e eu.
Camila Meneghetti
Nossa amiga em comum comentou comigo no dia seguinte que não parecíamos ter nos conhecido naquela festa, nossa pose insinuava um casal de namorados. Nunca entendi porque nossa relação sempre pareceu ser bem mais do que foi, uma semana parecia um mês, eu tinha a sensação que te conhecia a séculos. Sempre fomos algo desconhecido, sem nome. Em uma das nossa últimas conversas você comentou que éramos um tipo de amor, mas qual? Nunca soubemos.
Eu sabia desde o início que de alguma forma seria eu a estragar tudo isso, a me arrepender, a escrever, a ter saudades absurdas, mas eu sou impulsiva demais e previsível. Você assistiu tudo, viu nosso relacionamento acabar, eu te deixar, viu também eu querer voltar, e leu, leu tudo que escrevi para ti. Á dias me controlo para não vir aqui e dizer qualquer coisa sobre nós, qualquer coisa, eu e essa mania de achar que pode mudar tudo.
Mas não sei, não sei o que me fez falar tudo isso, porque nunca soube formular direito meus sentimentos e agora sei, de uma maneira dolorosa. Eu sinto sua falta e não carrego mais nenhuma forma de esperança com respeito ao casal de novembro, com respeito ao casal da formatura.
No nosso último encontro eu te abraçei muito forte, muito mesmo e recordo que pensei no momento em que te sentia "o melhor abraço do mundo", e você comentou sobre o abraço e eu só sorri. Não sei se irá compreender, mas parecia que meu corpo presentia, mas minha mente não acompanhava, era um abraço de despedida, de quem tenta me mostrar o que é o certo e o lado bom da vida.
Sei que você está assustadoramente feliz com quem está e isso me machuca muito, mas estou conseguindo me afastar dessas lembranças, só que ás vezes, não tem como,eu me deixo levar e fico lembrando de como era bom. Como agora, agora que estou prestes a sair de casa, urgente. estou aqui escrevendo, sobre nós, nós. Essa palavra agora soa solitária pra mim. Eu e eu.
Camila Meneghetti
quarta-feira, 27 de agosto de 2008
" (...) me mandou seguir meu caminho sozinha, fiquei sem saber como fugir da dor. Você era meu príncipe. Depois de tantos amores estranhos, pequenos, errados e tortos, finalmente eu tinha reconhecido no seu olhar centralizado e no seu sorriso espalhado, o meu príncipe. E o meu príncipe estava me dando o fora. Que porra eu ia esperar da vida agora? Quem iria me levar para longe se você não me queria mais por perto?
Não teve como. Foi a primeira vez na vida que não consegui me enrolar e acabei deixando a dor vencer. Pela primeira vez a realidade falou mais alto que a fantasia. Pela primeira vez a realidade da sua ausência falou mais alto que a fantasia de anos a sua espera. Sofri pra caralho, como diz por aí quem sofre pra caralho. "
Tati Bernardi
Duas vezes eu quase morri de saudades de você. Uma quando eu vi Closer e lembrei que o amor, como deveria, não existe. E agora quando escuto sem cansar “Chega de saudade” e lembro que você era um pedaço charmoso de tudo o que o mundo e a vida têm de mais charmoso. Dói pensar ou aceitar que esse pedaço não existe mais. Morremos, enterramos nossos sonhos, e eu choro de luto sem teatro, de luto de planos, promessas, de resto de luto do amor que ainda tenho. Acabaram-se os três pontinhos, demos o ponto final com a dureza e a clareza do fim de uma história sem final feliz.
Tati Bernardi
Tati Bernardi
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
Estou feliz, completamente feliz. Não sei bem como explicar tudo isso, mas sinto formigamentos no peito, um sorriso estampado na cara e uma leveza inacreditável. Tenho vontade de correr, cantar, escrever, tudo ao mesmo tempo. É uma energia sem tamanho.
Nossa, fico até sem palavras. Mas acho importante falar sobre isso, sobre a felicidade. E falando nela, que tal você ser feliz também?
Camila Meneghetti
sábado, 23 de agosto de 2008
Não faz bem, definitivamente passar o sábado a noite, sozinha, na internet, relendo textos, revendo fotos, lembrando histórias. Nossa, faz um mal absurdo. É estranho como num momento você tem alguém e no outro não. Não falo de morte, o que poderia caber aqui, falo de pessoas que num dia você compartilha idéias, sonhos e no outro se tratam como estranhos. E dói, dói um bocado. Ás vezes acontece algo inusitado e param de se falar, outras vezes deixam acontecer e isso vai transformando tanta gente em lembrança, em papel velho, em pensamentos apagados. Deixamos as pessoas morrerem e não fazemos esforços para que pare. Quantas pessoas incríveis eu perdi? De certo inúmeras, de certo milhares.
Camila Meneghetti
Camila Meneghetti
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
"Claro que no começo, pouco depois de acordar, olhando à tua volta a paisagem de todo dia, sentirás atravessada não sabes se na garganta ou no peito ou na mente - e não importa - essa coisa que chamarás com cuidado, de "uma ausência". E haverá momentos em que esse osso duro se transformará numa espécie de coroa de arame farpado sobre tua cabeça, em garras, ratoeira e tenazes no teu coração. Atravessarás o dia fazendo coisas como tirar a poeira de livros antigos e velhos discos, como se não houvesse nada mais importante a fazer. E caminharás devagar pela casa, molhando as plantas e abrindo janelas para que sopre esse vento que deve levar embora memórias e cansaços."
Caio Fernando Abreu
Caio Fernando Abreu
sexta-feira, 15 de agosto de 2008
quinta-feira, 14 de agosto de 2008
"EU — É possível um rio secar completamente?
ELA — Claro que é.
EU — Mas será que ele não enche depois? Nunca mais?
ELA — Alguns sim, outros não.
EU — Mas nunca mais?
ELA — Sei lá, acho que não.
EU — Você tem certeza?
ELA — Certeza eu não tenho. Só estou dizendo que acho. Afinal não sou nenhuma especialista em matéria de rios, secos ou não.
EU — Sabe?
ELA — O quê?
EU — Eu tinha esperança que o rio voltasse a encher um dia."
Caio Fernando Abreu
ELA — Claro que é.
EU — Mas será que ele não enche depois? Nunca mais?
ELA — Alguns sim, outros não.
EU — Mas nunca mais?
ELA — Sei lá, acho que não.
EU — Você tem certeza?
ELA — Certeza eu não tenho. Só estou dizendo que acho. Afinal não sou nenhuma especialista em matéria de rios, secos ou não.
EU — Sabe?
ELA — O quê?
EU — Eu tinha esperança que o rio voltasse a encher um dia."
Caio Fernando Abreu
"Você vai me abandonar e eu nada posso fazer para impedir. Você é meu único laço, cordão umbilical, ponte entre o aqui de dentro e o lá de fora. Te vejo perdendo-se todos os dias entre essas coisas vivas onde não estou. Tenho medo de, dia após dia, cada vez mais não estar no que você vê. E tanto tempo terá passado, depois, que tudo se tornará cotidiano e a minha ausência não terá nenhuma importância. Serei apenas memória, alívio, enquanto agora sou uma planta carnívora exigindo a cada dia uma gota de sangue para manter-se viva. Você rasga devagar o seu pulso com as unhas para que eu possa beber. Mas um dia será demasiado esforço, excessiva dor, e você esquecerá como se esquece um compromisso sem muita importância. Uma fruta mordida apodrecendo em silêncio no quarto."
Caio Fernando Abreu
Caio Fernando Abreu
"Que coisas são essas que me dizes sem dizer, escondidas atrás do que realmente quer dizer?
Tenho me confundido na tentativa de te decifrar, todos os dias. Mas confuso, perdido, sozinho, minha única certeza é que de cada vez aumenta ainda mais minha necessidade de ti. Torna-se desesperada, urgente. Eu já não sei o que faço. Não sinto nenhuma outra alegria além de ti.
Como pude cair assim nesse fundo poço? Quando foi que me desequilibrei? Não quero me afogar: Quero beber tua água. Não te negues, minha sede é clara."
Caio Fernando Abreu
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
E eu nem sei mais o que escrever para que essa dor acabe, não sei mais. Fico aqui conversando e falando de saudade, de carinho, de você. É estranho, muito estranho querer alguém que não se vê, não se toca, não se ouve, não se sente, não se pode contar. Então eu sinto falta do que? De lembranças, do passado? Sinto falta de alguém que virou personagem?
Não quero muita coisa não, não nesse momento, porque quando estou bem minha alma é rodeado de desejos. Apenas que me façam esquecer, ou tê-lo. Uma dessa opções. Porque hoje, machucou tanto esses sentimentos, me fez querer falar contigo, te ligar, ir ai, mas não pude e nem posso. Então que eu esqueça ou tenha. Não posso mais ficar nesse meio termo, que me esmaga.
Camila Meneghetti
terça-feira, 12 de agosto de 2008
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
Hoje 11 de agosto, faleceu meu avô, aquele que por vezes fui indiferente. Dói, dói muito tudo isso. Essa vontade louca de dizer que nunca fiz por mal, que nunca tive a intenção de magoar alguém, que sempre quis ser uma neta excelente. Dói. Não disse nada disso, apenas chorei, apenas sinto toda a culpa de não ter me importado antes. Parece velho o chavão de dizer tudo que pensamos antes que a pessoa morra, mas é tanta verdade que preferimos não encarar. São nesses momentos que enxerguei de uma forma desesperada a necessidade que tenho de algumas pessoas, quis tanto ligar e dizer que me importo, que os amo, que são as pessoas mais incríveis do mundo. A morte mexe muito com a gente, a morte encerra todos os nossos sonhos, conquistas, brigas, a morte simplesmente te faz repensar com quem quer viver, aonde quer morar, quem amar. Não tenho muito tempo no momento para escrever isto, mas coloco aqui nestas linhas o pedido que mais atravessa minha mente nesse silêncio. Preciso de você, aqui, preciso de você que sempre esteve disposto a me entender. Sinto muito se confudi sua vida, mas eu realmente preciso. Isso não é um pedido, é um lamento, é uma dor, apenas pensamentos.
A morte chega de repente, e ela não está interessada se você está ou não no emprego ideal, com a pessoa certa, com os amigos verdadeiros, ela vem e só isso. É a verdadeira solidão.
Camila Meneghetti
A morte chega de repente, e ela não está interessada se você está ou não no emprego ideal, com a pessoa certa, com os amigos verdadeiros, ela vem e só isso. É a verdadeira solidão.
Camila Meneghetti
domingo, 10 de agosto de 2008
Resposta
Eu também tenho medo, de expor demais o que sinto através das palavras que nunca soaram enganosas, apenas revelaram sentimentos. Tenho medo de nunca mais parar de sentir isso, que frequentemente vem me prejudicando muito, porque a ausência causa saudade, e a saudade me revela um vazio imenso, e este por sua vez me mostra a trizteza. Também carrego uma angústia enorme de me enganar muitas vezes, de escolher sempre errado. Nunca deixou de existir, mas parece irreal demais, foto amarelada, música velha, nunca deixou de existir, porém estou aqui. Nunca existiu indiferença e nem quero que ela chegue, é carinho, admiração. Eu também me controlo, porque não dá mais, não assim.
Camila Meneghetti
Camila Meneghetti
sexta-feira, 8 de agosto de 2008
E eu baixinho sempre dizia: "por favor continue, não pare nunca de lembrar de mim". Ainda lembro do jeito que o vento tocava as folhas, do sereno da noite, das estrelas no céu tão misterioso que de vez em quando dizia : "Ele pode voltar, algum dia, ele pode voltar". Então eu sorria olhando em volta e sabia que aquela solidão era minha apenas por enquanto, que daqui a pouco você voltaria, que daqui a pouco o céu teria certeza e eu nunca mais precisaria ficar naquele estado.
Mas você nunca voltou, não presente, apenas deixou um buraco, deixou o céu mentindo, deixou o sereno me encobrir, mas tudo bem por mim, eu já olho para o céu com um olhar de quem se conforma e ouve pacientemente uma história sem sentido. "Ele pode voltar, algum dia, ele pode voltar". Me soa agora tão falso, tão utópico. Agora nem fico mais na escuridão da noite, aproveitando a brisa, apenas me prendi aqui dentro, sempre acreditando que amor a gente encontra, basta abrir os olhos, então eu permiti, que venham outras histórias, doloridas, coloridas, mas que venham. E que Deus não permita, que essa força misteriosa não permita que acabemos no nada, que se for haver um reencontro que seja fervoroso, amoroso, com gosto de aconchego, que eu nunca parta dos seus braços. Porque eu não aguentaria, não saberia te olhar e pensar como você é idiota, ou arrogante, que ninguém permita essa destruição de imagem que tenho de ti. Que ninguém permita o fim, nem eu e nem você.
Camila Meneghetti
quinta-feira, 7 de agosto de 2008
Já faz tempo que tenho uma sensação estranha, parecida com aquela que sentimos quando esquecemos algo, é uma falta aguniante. Nunca sei bem o que é, porque sempro imagino mil motivos, mas nada parece ser suficiente para tudo isso que venho sentindo. Então nunca sei por em palavras essas coisas, coisas porque não sei definir também. Fico imaginando que pode ser saudade das pessoas, do passado, dos meus livros, da minha vida, ou também pode ser medo, do futuro, dos amores, da morte, da perda. É aquele estado consciente de ver tudo acontecer e nós não nos mexermos, não conquistarmos, dá tanto receio, mas de uma forma desesperada sabemos que chegou nossa vez.
Camila Meneghetti
Camila Meneghetti
De todos meus versos de amor
as rimas e frases reinventadas
as jogadas de efeito
os subterfugios e os hai-kais
anotações de diário
de todos os nomes que dei
para crises de adolescência
e carencias plagiadas
de todo minimalismo
clichês e letras de música
De toda minha literatura
você foi minha melhor página.
Martha Medeiros
terça-feira, 5 de agosto de 2008
"Eu gostaria de viver com você, mas não foi por isso que vim. A intenção é unicamente deixá-lo saber que é amado e deixá-lo pensar a respeito, que amor não é coisa que se retribua de imediato, apenas para ser gentil. Se um dia eu for amada do mesmo modo por você, me avise que eu volto, e a gente recomeça de onde parou, paramos aqui".
Martha Medeiros
segunda-feira, 4 de agosto de 2008
Tenho medo, medo de gostar de você, de me precipitar, de ser deixada pela primeira vez, tenho tanto receio. Nunca entendo porque estou com alguém que me deixa muito insegura, ou que simplesmente me deixa. Não que eu não entenda, só que acho loucura demais, é como se eu não pudesse mais governar nada e meu coração meio ferido, meio capenga se joga assim sem autorização, então fico olhando, observando seu sorriso, seu jeito, o quanto odeio certas coisas e de repente você é meu por segundos.
Camila Meneghetti
Camila Meneghetti
domingo, 3 de agosto de 2008
"Não quero que você me largue. não quero te largar. não quero ter motivos pra ir embora, pra te deixar falando sozinho, pra bater o telefone na sua cara. e eu não tenho medo que isso aconteça (eu nunca tenho), eu fiz isso com todos os outros. é só que dessa vez eu queria muito que fosse diferente. dessa vez, com você, eu queria que desse certo. que eu não te largasse no altar. que eu não te visse com outra. que eu não tivesse raiva. que você não passasse a comer de boca aberta."
Tati Bernardi
Tati Bernardi
E eu nunca vou saber se era você mesmo lá, porque eu não quis, virei a rua e segui em frente, como se nada mais disso me importasse. Não que não importe, mas não posso mais deixar me machucar assim. Então eu passei a ignorar seus vultos, mas me pego ouvindo suas músicas, pode ser um ciclo vicioso, mas que ás vezes tem fim.
Camila Meneghetti
Camila Meneghetti
quinta-feira, 31 de julho de 2008
quarta-feira, 30 de julho de 2008
(...) Por que não lhe disse antes? Apertá-lo demoradamente contra o meu peito e dizer. Não disse porque pensava que tinha pela frente a eternidade. Só me resta agora esperar que acontença outra vez, vislumbro esse encontro - mas vou reconhecê-lo? E vou me reconhecer nos farrapos da memória do meu eu?
Lygia Fagundes Telles - A disciplina do amor.
segunda-feira, 28 de julho de 2008
sábado, 26 de julho de 2008
“Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário. Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas. Se achar que precisa voltar, volte! Se perceber que precisa seguir, siga! Se estiver tudo errado, comece novamente. Se estiver tudo certo, continue.Se sentir saudades, mate-a. Se perder um amor, não se perca! Se o achar, segure-o!”
(Fernando Pessoa)
terça-feira, 22 de julho de 2008
segunda-feira, 21 de julho de 2008
E todo dia, principalmente nas férias, nas tardes com vento, eu lembro do natal, a grama cortada, os dias nublados, as pessoas correndo, tudo isso me lembra. E fico num vazio sem sentido, porque eu recordo do último natal, das sensações doentias e de como procurei você pois eu precisava me encontrar.
Camila Meneghetti
domingo, 20 de julho de 2008
Eu queria ir para um planeta onde não existisse tempo de beijar e tempo de pirar. E eu pudesse ir agora no seu mundo e te beijar até enjoar de você. E eu pudesse, de repente, gritar bem alto, porque me irrita esses milhares de sons tecnológicos que você faz. Para mostrar que meio mundo te procura enquanto eu não posso te procurar porque a cartilha da vovó que casou dizia que a mulher nunca pode procurar o homem se não quiser ser usada por ele.
Tati Bernardi
sexta-feira, 18 de julho de 2008
"Faço o papel sem dificuldade. A água flui, vai para frente. Isto também vai passar. Mas não compreendo. Então um lado meu pensa: é sina, é fado, é destino, é maldição. Outro lado pensa: não, é mera neurose, de alguma forma sutil devo construir elaboradamente essa rejeição. Crio a situação, e ouço um NÃO. Desta vez, eu tinha tanta certeza. E penso: os deuses me traíram, os búzios me atraiçoaram, as cartas me mentiram.
Caio Fernando Abreu
E eu sempre tive aquela preocupação de usar sinais, metáforas, sempre tive essa preocupação para não escrever discaradamente seu nome no texto. Sabia que você entendia o que eu queria dizer, a raiva que por vezes tive, e sempre soube que você deveria rir quando visse. Faz parte, doeu muitas vezes e mentiria se dissesse que não dói mais.
Ás vezes tenho textos enormes que descrevem toda a sensação que é imaginar você, acho que nada mais parece real, um personagem, tanto faz, ou ao menos parece que faz. Não lembro mais do seu sorriso, ou de algumas coisas que eram importantes. Porém gravei seus olhos e nunca vou saber dizer o que vi aquele dia.
A questão é que não posso mais ficar aqui descrevendo sobre sua falta, porque não fere mais só a mim, passou a ferir outra pessoa. E seria aqui que eu colocaria um ponto final na nossa história, que parece não existir um fim. E francamente,não acredito que exista.
Camila Meneghetti
Ás vezes tenho textos enormes que descrevem toda a sensação que é imaginar você, acho que nada mais parece real, um personagem, tanto faz, ou ao menos parece que faz. Não lembro mais do seu sorriso, ou de algumas coisas que eram importantes. Porém gravei seus olhos e nunca vou saber dizer o que vi aquele dia.
A questão é que não posso mais ficar aqui descrevendo sobre sua falta, porque não fere mais só a mim, passou a ferir outra pessoa. E seria aqui que eu colocaria um ponto final na nossa história, que parece não existir um fim. E francamente,não acredito que exista.
Camila Meneghetti
terça-feira, 15 de julho de 2008
Eu vou ficar esperando você numa tarde cinzenta de inverno bem no meio de uma praça, então os meus braços não vão ser suficientes para abraçar você e a minha voz vai querer dizer tanta mas tanta coisa que eu vou ficar calada um tempo enorme só olhando você sem dizer nada só olhando e pensando meu deus mas como você me dói de vez em quando".
Caio Fernando Abreu
segunda-feira, 14 de julho de 2008
Eu me pergunto como pude deixar que as coisas chegassem a esse ponto. Porque não me importo mais. E eu me pergunto porque finjo acreditar nisso. A gente finge que tudo foi perfeito, porque mais vale uma lembrança boa. Como a gente finge tanta coisa, eu me permito isso. Essas frases soltas, essa vontade de escrever sobre nós, mas não posso, porque é tornar muito grandioso algo que nem sei mais se sinto, se minto, crio. Só sei que estou aqui, escrevendo qualquer coisa para dizer que não esqueci de tanta confusão.
Camila Meneghetti
sábado, 12 de julho de 2008
O dia seguinte. Dele
Ele acorda e cantarola a música no banho. Over and over and over. Ela está obcecada pelo Hot Chip e passou a doença a diante.
Ele cantarola e lembra que foi nessa música que ela achou que a cadeira giratória do computador podia contribuir com a dança. Ri. Sente tesão. Acha o mundo ridículo e feliz. Lembra que tava boa a vida procurando. Encontrar dá medo, preguiça e uma sensação estranha de estar se perdendo. Será que eu vou querer namorar essa louca? Será que essa louca vai querer namorar comigo?
Aí ele lembra. Caraca! É mesmo! A menina escreve. Sem pudor. Falaram pra ele. A essa altura do campeonato, já deve ter um texto publicado falando da noite anterior. Será que ela achou bom? Será que ela vai publicar o tamanho da minha alma? Da minha tatuagem? Do meu pé?
Ele corre com o banho. Ainda cantarola, mas agora é com um pouco de medo. Precisa entrar logo naquele site desgraçado. Todo cheio de desenhinhos inacabados e leves. Mas é ali mesmo que ela acaba com todo mundo e sem nenhuma leveza.
Corre com seu carro que ainda tem o cheiro dela e uns fios de cabelo, agora castanhos escuros, pendurados no assento do passageiro. Foi bom. A noite foi boa. Ela não vai falar mal de mim. E também não vai falar nada de mim. Nem bem. Como ele quer que ela seja misteriosa e suma durante todo o dia de hoje. Ele quer sentir o frio na barriga, o nervoso pra saber se ela vai atender ou não. Não seja fácil, minha filha. Não escreve que gostou. Deixa eu sofrer um pouco. Deixa.
Ele chega na agência e não vai direto pro café. Espera ninguém estar passando atrás dele e digita o site dela. Sua frio, melhor pegar o café. Não, vai de uma vez. Vai. Abre. E de repente. Lá está. Um texto. Um texto pra ele. Caramba, ela já escreveu? É o primeiro texto que alguém escreve pra ele, tirando uma tontinha da época da faculdade que botava frases do tipo “eu sei que quando tiver de ser, será” nas cartinhas que ele nem lembra mais onde foram parar. Coitada. Agora é uma escritora de verdade. Ele ri, porque a escritora de verdade se acha um pouco dizendo que é de verdade.
Ele gosta dela. Não tem mais como fugir. É, da medo. Ela deve estar com medo também. Gostar é começar o inferno tudo de novo. Mas ela, quem diria, escreve lá no texto que topa. Topa começar tudo de novo. E faltando dois parágrafos pra terminar o texto, ela manda, na lata mesmo: “quero te ver hoje”. O que será que ele vai responder?
Ele então pega o café. E sai cantando como se o dia estivesse diferente. Over and over and over and over...
Tati Bernardi
quarta-feira, 9 de julho de 2008
A mulher de leão
Brilha na escuridão.
A mulher de leão, mesmo sem fome
Pega, mata e come.
A mulher de leão não tem perdão.
As mulheres de leão
Leoas são.
Poeta, operário, capitão
Cuidado com a mulher de leão!
São ciumentas e antagônicas
Solares e dominicais
Ígneas, áureas e sardônicas
E muito, muito liberais.
Vinícius de Moraes
A mulher de leão, mesmo sem fome
Pega, mata e come.
A mulher de leão não tem perdão.
As mulheres de leão
Leoas são.
Poeta, operário, capitão
Cuidado com a mulher de leão!
São ciumentas e antagônicas
Solares e dominicais
Ígneas, áureas e sardônicas
E muito, muito liberais.
Vinícius de Moraes
terça-feira, 8 de julho de 2008
Não sei mais se quero você e isso não importa muito, porque é algo que vivo sozinha. E foi ao mesmo tempo estranho e merecido, bem aquele papo de que o mundo dá voltas. Girei sozinha. Quis muito te ver dias seguidos, quando fiquei mal, feliz, solitária, tinha tanta coisa para falar. Mas agora...Não sei mais, confusa, egocêntrica e passa, como passou. Só que eu não sei, não sei mais se suas palavras me ferem, se seu olhar me prende, não sei. Porque você deixou de ser real pra ser um personagem, sabe, o encanto acabou. Porque eu cansei, porque não existe, não faz falta. Acho que é isso, não preciso mais.
Camila Meneghetti
domingo, 6 de julho de 2008
Um dia tu vais compreender que não existe nehuma pessoa totalmente má, nehuma pessoa completamente boa. Tu vais ver que todos nós somos apenas humanos. E sofrerás muito quando resolveres dizer só aquilo que pensas e fazer só aquilo que gostas. Aí sim,todos te virarão as costas e te acharão mau por não quereres entrar na ciranda deles, compreendes?
Caio Fernando Abreu
Caio Fernando Abreu
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